sexta-feira, 29 de julho de 2011

DEBITANDO NA CONTA DA POLÍTICA

O Brasil é um país, deveras, curioso. Paradoxal em todos os sentidos. O cerol nas pipas é proibido, mas continua a ser comercializado e a matar civis e militares, como aconteceu esta semana em São Paulo, quando degolou um jovem policial que voltava para casa em sua moto, aparentemente, sem a tal da anteninha que deveria ser acessório obrigatório. Policiais, durante o exercício de suas funções, matam inocentes que esperam deles, no mínimo, proteção. Balões também não deveriam ser soltos mas, neste período de 'festas', caem em matas e prédios, com suas enormes cangalhas cheias de luzes de velas, provocando incêndios criminosos, previstos em leis e ignorados até por quem deveria conhecê-las como foi o caso recente de militares flagrados com farto material para confecção que declararam cultuar a arte de soltar balões pois os mesmos 'são inofensivos pois já caem apagados'. Casos de pedofilia, cyberbullying, manuais terroristas e outras formas de agressividade proliferam através de uma internet cada vez mais 'livre' e de recursos infinitos para este tipo de prática, enquanto os recursos para combatê-las são limitados. Os carros, supervelozes, são conduzidos em áreas urbanas por pessoas alcoolizadas que, mesmo com carteiras cassadas por terem atingido 20 pontos, conseguem driblar a chamada Lei Seca, - esta há muito ridicularizada - e conseguem matar pessoas até em calçadas de ruas de baixíssima velocidade. Crimes, cada vez mais hediondos, decretam pena de morte à sociedade que, sobrevivente, fica presa dentro de casa enquanto quem os pratica corre apenas o risco de pegar uma pena máxima de 30 anos. Com os devidos benefícios, é claro. Os impostos pagos por nós, aliás, os mais pesados do mundo, não significam serviços públicos de qualidade nem naquilo que prevê a Constituição brasileira, seja na saúde, educação, segurança e transporte. E, finalmente, no país da pretensa política da Ficha Limpa e dos recordes de corrupção, sujos continuam disputando cargos, sendo eleitos, ovacionados e, o pior, se beneficiando da imunidade que vai lhes assegurar continuar a desviar recursos investidos de autoridade.