quarta-feira, 12 de outubro de 2011

POLÍCIA PARALELA


O crescimento da 'indústria' de segurança particular mostra a fragilidade de nossas leis e o descrédito da população nos modelos atuais de malha protetora no combate ao crime. O número de vigilantes já representa o dobro dos policiais e isto é mais um forte indício de já termos ultrapassado todos os limites de qualquer razoabilidade, destas discutidas por agentes da lei, sociólogos e apresentadores de TV que todos os dias vociferam soluções. Estas, a propósito, ao contrário de diminuir um genocídio onde as pessoas nem ao menos sabem o porquê de estarem morrendo, parecem vir incitando ainda mais a criminalidade e a disputa por um crime perfeito ou hediondo. Enquanto alguns políticos tentam fazer emplacar a lei do desarmamento, - tão improvável como a pena capital - surgem, em todos os lugares, pessoas, muitas sem seleção e treinamento específicos, com armas na mão para proteger patrimônios. O que se deve discutir é a segurança à vida, modelos de socialização mais eficientes e mudanças urgentes nas leis de execução penal que têm levado os criminosos a acreditar na impunidade ou, na pior das hipóteses, em um encarceramento na maioria das vezes tranquilo e breve. Não é preciso ser especialista em segurança pública para saber que, salvo as justificativas de perversões ou transtornos mentais, estas são as verdadeiras razões para os desvios de conduta que fazem com que o número de presos no país cresça quase três vezes mais que vagas em presídios. E para uma carnificina sem data de validade ou previsão de alta.