terça-feira, 3 de julho de 2012

ABERTA A TEMPORADA


Com a política, vem o aumento do consumo de ansiolíticos, dos surtos, dos mal súbitos, da demanda pelos escritórios de advocacia, das idas às rezadeiras e pais de santo, das encomendas das pesquisas de opinião pública (raramente publicadas), da pressão, do preção e da caça aos votos. Muitos votos. Isto todos sabem. Crescem as vendas dos espaços 'publicitários' (aquelas placas, plaquinhas e placões quase tabeladas) nas casas do fregueses, digo, dos eleitores ávidos por uma mudança de vida. Não das condições de vida para eles, suas famílias, sua rua, sua comunidade. Aquela verbinha extra no fim do mês torna-se prioridade número um. Hors concours, também. Algo que também impressiona demais é o espocar constante de fogos de artifício. Época de pré-campanha, então, fica parecendo jogo de copa do mundo ou final de Libertadores, como o jogo de amanhã entre o Corínthians e o Boca. O que se comenta é que a cada fato novo correligionários e afins correm para as ruas para comemorar derrota ou vitória, adesão ou saída de alguém, subida ou descida na intenção de voto, recuperação definitiva de partido político, resultado de sentenças, conquistas de novos espaços e outras coisas que já fazem parte do cenário, principalmente, das pequenas cidades do interior. Pelo menos farmacêuticos, médicos, advogados, donos de planos de saúde e de institutos de pesquisa, fabricantes de artigos de umbanda e, principalmente, fogos de artifício, estão rindo à toa com a temporada de caça que se intensifica.