terça-feira, 2 de outubro de 2012

A UTOPIA DE UMA PRISÃO

Não deveria ser assim, mas a prisão de eleitores está proibida a partir de hoje (terça-feira). A norma vale até o dia nove de outubro, com exceção para casos de flagrante delito, mandado de prisão por crime inafiançável e desrespeito a salvo-conduto. Fico imaginando se a Justiça Eleitoral e as forças auxiliares agem bem quando sabem haver compra de espaço nas casas para afixação de placas, participação em carreatas ( muitas vezes com pseudo-eleitores vindos de fora para impressionar) com farta distribuição de combustível, comícios pouco ou nada cheios de maneira espontânea, derrame de dinheiro vivo na famigerada boca-de-urna, transporte irregular e outros crimes e não conseguem coibí-los, por falta de contingente ou qualquer outro 'possível interesse', sendo quase obrigados a fazer vista grossa. Considerado o mais grave, o toma-lá-dá-cá, isto é, cédulas (mariolas, bufunfas,cascalhos) entregues antes ou após a confirmação do voto, deveria ser combatido com extremo rigor, colocando, imediatamente, atrás das grades todo aquele flagrado 'vendendo' seu voto - se possível, também, os corruptos ativos - que colaboram para a continuidade de uma cultura prejudicial aos que mais precisam da justiça social, isto é, aqueles que não têm, por exemplo, direito a reivindicar melhores serviços públicos e um bom desempenho dos eleitos para representá-los já no dia seguinte ao pleito. E que os hipócritas de plantão, inclusive autoridades, não venham com a cantilena de proferir discursos contra esta realidade, evidente aos olhos nus de qualquer criança e de qualquer pessoa com mais de 65 anos que insiste em exercer o dever cívico de tentar ver, um dia, este quadro mudar. Até que haja uma consistente reforma, com crimes eleitorais previstos em lei - e, exemplarmente, punidos -, serão cerca de 140 milhões de pessoas indo às urnas no próximo domingo para escolher prefeito e vereador com poucas possibilidades de mudar alguma coisa.