quarta-feira, 3 de outubro de 2012

CARREATAS COM LEI SECA (SE DIRIGIR NÃO BEBA)

Longe de mim defender o fim das carreatas durante as campanhas políticas. Elas demonstram a união dos grupos, expõem os candidatos para os eleitores, divulgam propostas através de alto-falantes e até criam um clima de festa nas cidades. Feitas com critérios, previamente agendadas e oficializadas às autoridades locais, as carreatas são uma opção e fazem parte do jogo. Só que não as considero fundamentais para a vitória de ninguém, pois tem se tornado comum a  'importação' de veículos e no dia do pleito, quem vota, de fato, é a pessoa que anda a pé, de ônibus e de carro próprio. O carro, que nem título e, muitas vezes, documentação legal tem, é barrado e fica afastado das seções. Outra observação que se faz é quanto a alguns condutores cuja irresponsabilidade fica latente ao desrespeitarem a Lei Seca e, mesmo, aos candidatos por aceitarem subir em  veículos sem boas condições: dele e de seu condutor. E isto, às vezes, pode trazer graves consequências. Como parece ter acontecido com a candidata a vereadora Maria Cristina Soares da Silva, do município de São Gonçalo, pelo Partido da República (PR), que morreu neste domingo depois de uma carreata. Conhecida como Baixinha, ela teria caído de um carro de som. De acordo com informações do diretório do PR em São Gonçalo, o acidente aconteceu às 18h30min. O partido negou, em nota, que a candidata tivesse encostado em um fio de alta-tensão. Segundo a legenda, “Baixinha estava num dos 200 veículos que participaram da carreata que já havia terminado. Ela seguia para casa quando aconteceu o acidente, se desequilibrou e caiu do carro”. Independente da culpabilidade do partido, dos organizadores da carreata ou de qualquer outra causa - já que o momento é de dor - , seria conveniente que a questão das carreatas fosse vista mais de perto pelo TRE e que se fizesse uma reflexão mais profunda sobre o tema. Afinal, política ainda é coisa muito séria.