segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

QUISSAMÃ COM + VIDA

Todo ano é a mesma coisa. Com a chegada das festas, das férias e do Carnaval, os hemocentros veem seus estoques - que nunca estão lá essas coisas - diminuir. E os problemas e a necessidade do líquido vital aumentarem. Além das cirurgias eletivas e as realizadas em caráter de urgência, o número de acidentes é outra preocupação para as equipes de Saúde e que trabalham nos bancos de sangue. Todo ano também é comum a realização de campanhas de mobilização para angariar doadores voluntários e aumentar o estoque das instituições quase sempre ameaçadas de entrar em colapso. São ações emergenciais para lembrar às pessoas sobre a necessidade e importância dos bancos de sangue, afinal, ninguém sabe quem irá precisar. A pequena frequência de doadores não é um fato isolado do cotidiano da saúde pública no Brasil. Constantemente, os bancos de sangue do país buscam doadores e muitos casos graves ocorrem por falta do material. O estoque de sangue é condição primordial para salvar vidas. A sociedade ainda não compreendeu a gravidade do problema e que a solução deve ser tomada individualmente. Desinteresse, esquecimento ou mesmo as dificuldades do dia a dia afastam o doador desse compromisso, obrigando os profissionais de saúde a repetirem os mesmos clamores de sempre: doem sangue. Mas existem - ou existiam, não sei ao certo - trabalhos exitosos ( e exemplares) neste sentido, como o Programa de Doação Voluntária de Sangue da  Secretaria de Saúde de Quissamã, município de 20 mil habitantes, localizado no norte fluminense. Implantado pela assistente social, Márcia Direnna, desde 1994, ele conseguiu cadastrar centenas de doadores que, respeitados os intervalos de doação, passaram a ser vistos sempre nos bancos de sangue, primeiro da Casa de Caridade de Macaé e, agora, do Hemocentro do Hospital Ferreira Machado, de Campos. Isto sem falar de sua Unidade Móvel, cujo trabalho também se tornou 'figura carimbada' no município e marca registrada do excelente atendimento e da parceria entre aquelas prefeituras. É hábito por lá o doador perguntar se já é hora de doar de novo. O que fazem este cidadão (ã), a assistente social Márcia e todo profissional que procura sensibilizar o próximo para ajudar a salvar vidas é digno do mais alto elogio e merecedor das linhas de qualquer artigo de qualquer colunista