segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

GOVERNO DITATORIAL

Tem governante por aí insistindo em fazer o que quer na marra. Sem ninguém a importuná-lo. E que tudo, no final, vai dar certo. Em pleno século 21, essa gente age como se a coisa pública fosse algo privado, tentando jogar o público na privada. Este deve ser, por exemplo, o pensamento de Hugo Chávez, cujo furtivo retorno à Venezuela surpreendeu até o seu gabinete e assessores mais próximos, mais uma reviravolta inesperada no drama político daquele país. Depois de se submeter à sua quarta operação de combate ao câncer, Chávez chegou ao Aeroporto Internacional Simón Bolívar, de Caracas. O regresso não foi televisionado e nenhuma foto foi divulgada. Apenas mensagens em sua conta no Twitter agradecendo a Cuba e aos irmãos Castro, os mesmos que perseguem Yoani Sánchez cujo blog Generación luta desde 2007 contra regimes que não toleram dissenção. A verdade é que o comandante-presidente está muito doente, tentando, de maneira desesperada, demonstrar 'fala, mobilidade e fazer o juramento de posse' ( como obriga a Constituição do país, a mesma que ele tantas vezes reescreveu visando a reeleição e a governança com braço de ferro) para, em seu quarto mandato  - talvez no leito de um quarto de hospital -, renunciar em favor de seu sucessor escolhido a dedo, o vice-presidente Nicolás Maduro. Mas como nem o maior dos ditadores pode superar desígnios, ainda existe a possibilidade de o grupo político ficar a ver navios se Chávez não puder participar da cerimônia de posse em condições. Ao vivo e a cores.