domingo, 14 de abril de 2013

VOTE LIMPO. COMO?

Que o mote da Justiça Eleitoral, já pensando nas eleições de 2014, seja o Vote Limpo e a Ficha Limpa e que haja campanhas intensivas neste sentido, proibindo o comércio de votos e a candidatura de pessoas erradas, tudo bem. Mas o que dizer da atitude do Congresso Nacional ao insistir, por exemplo, no voto secreto para escolha de mesas-diretoras, casos de aprovação ou exoneração de autoridades e vetos? O que dizer, também, da grave crise institucional e o impasse existentes entre os poderes Judiciário e Legislativo ao considerar questões importantes com a perda de mandatos parlamentares, igualmente 'secretos' e corporativos, que não retira ninguém da vida pública? E do Mensalão, talvez o maior escândalo nacional, com muita dosimetria de penas, embates cinematográficos, transmissões ao vivo e que, efetivamente, não avançou colocando criminosos atrás das grades? O pior: como tratar os milhares de casos de corrupção, descobertos e descortinados, todos os dias, sem o devido tratamento? Talvez estas medidas fossem tão necessárias como os reclames da Justiça, uma vez que a maioria da sociedade brasileira ainda abomina criminosos e despreparados se intitulando nossos representantes e salvadores da pátria. Em plena democracia - pelo menos o que sobrou dela - e ainda estamos com a forma reacionária de votação, tipo de modelo no qual parlamentares se escondem atrás do voto para defender, muitas vezes, escusos interesses. Enquanto algumas PECs existentes há anos no Congresso não forem votadas, abertamente, para se acabar com o 'voto secreto', as aberrações continuarão e campanhas e vozes de alguns terão papel de mero coadjuvante.