quarta-feira, 10 de julho de 2013

SEM SAÚDE

Circula pelas redes sociais o desabafo de uma médica do interior. Trata-se de Fernanda Melo, médica e moradora de Cabo Frio, cidade litorânea do Rio de Janeiro e que recebe milhões de reais provenientes dos royalties do petróleo ( fora outros repasses). Com sete anos de formada diz que "já passou por cada situação...". Comprou comida e remédio para doente, viu mãe e seu filho doente dormirem na mesma maca, esperou 12 horas por um simples hemograma e já perdeu pacientes antes de conseguir uma mera ultrassonografia. Viu luva descartável ser reciclada e deixou de conseguir vaga em UTI pra doente grave porque não tinha exame complementar que justificasse o pedido.  E o pior: teve de escolher, direta ou indiretamente, quem deveria viver. E morrer! Mas isto, cara doutora, não acontece só com você e nesta cidade, não. Em todo interior a política da saúde está nas mãos dos políticos que manipulam resultados, omitem dados, contratam profissionais muitas vezes despreparados e ligados às últimas eleições, desviam recursos quando não os colocam nos bolsos e se aproveitam da desgraça alheia ( doença é a desgraça alheia pra eles). A conversa fiada de que os médicos cubanos, europeus ou vindos de Marte não cola mais e os gestores sabem muito bem.  O problema do interior - e Brasil todo - não é falta de médico. É falta de estrutura, de interesse, de vergonha na cara. Principalmente, da presidente, dos governadores, prefeitos, senadores, deputados e vereadores.