sexta-feira, 8 de novembro de 2013

REGIMES EXAGERADOS SÃO UMA M

Antigamente, no tempo da ditadura, podíamos ficar nas portas das casas até tarde, simplesmente, conversando, nas ruas, namorando ou vindo de um divertido hi-fi, que nada de mal acontecia. Hoje, na democracia, vive-se trancado em casa e, ao sairmos, seja a qualquer hora, não sabemos se chegamos vivos. Antigamente, no tempo da ditadura, os alunos colocavam apelidos uns nos outros e ninguém 'sofria' mais do que alguns dias por isto. Os excessos eram resolvidos numa boa briga de rua, na mão, protegida pelos 'colegas' e sem grandes sequelas morais, psicológicas ou físicas. No máximo, um olho roxo. Hoje, na democracia, por qualquer motivo fala-se em bullying, leva-se armas, brancas ou não, mata-se dentro e fora das salas de aula. Neste mesmo diapasão pedagógico, antigamente, no tempo da ditadura, os alunos eram repreendidos pelos pais e professores quando tiravam notas baixas, Hoje, na democracia, os professores - e muitas vezes os próprios pais - são repreendidos pelos alunos. Antigamente, no tempo da ditadura, acelerávamos Galaxies, Mavericks, Opalões e Dodges nas estradas bem cuidadas, quase sem pedágios e abastecidos por gasolina (que só era 20 % nossa) de boa qualidade sem problema. Quando alguém batia, pela lataria forte dos carros, no máximo resultava em um mau jeito no pescoço e uma pequena discussão encerrada na célebre frase: cada um com seu prejuízo! Hoje, na democracia, dirigimos carros super-velozes, de plástico, com combustíveis caríssimos  - e batizados - por estradas cheias de problemas, de radares maliciosamente camuflados e pedágios cada vez mais caros e frequentes. Se um se sente desafiado, vai pra cima, a toda, e mata quem estiver pela frente, ao sair do tanque de guerra  enfezado com revólveres 38, 45, pistolas .40, 357 e até com um fuzil AR-15. Antigamente, no tempo da ditadura, só quem empunhava arma eram policiais e militares das Forças Armadas. Mas o homem de bem podia comprar determinados calibres e munições, lógico, com muito critério, pois o governo sabia diferenciar as coisas. O mocinho do bandido. O patriota do terrorista.  Hoje, na democracia, o criminoso consegue o armamento que quer, quando quer, vindo de lugares conhecidos, muitas vezes desviados dos próprios quarteis. Antigamente, no tempo da ditadura, assistia-se, na TV, programas e novelas cujo intuito era a diversão em primeiro lugar, onde a unidade familiar era preservada e todos opinavam em frente ao mesmo aparelho. Havia censura, sim, às vezes até demasiada, e as informações não chegavam aos pés das de hoje, do tempo da democracia, quando se faz apologia à libertinagem e, muitas vezes, às drogas, cujo funk ostentação em nada se parece com as músicas dos anos de 1960 a 1980. Antigamente, íamos aos grandes estádios de futebol (100, 120 mil torcedores)  ver clássicos disputados por grandes jogadores que disputavam a bola com amor à camisa. Haviam torcidas organizadas, sim, que até se estranhavam, mas nada de resultar em assassinatos como acontece nos dias de hoje quando flamenguistas matam vascaínos, corinthianos a palmeirenses, colorados a gremistas e vice-versa, de norte a sul do País. Antigamente, quando havia um crime mais ousado, passional, um latrocínio ou se sabia de um corpo caído no chão, durante meses não se falava em outro assunto. Hoje, em plena democracia, divulga-se as estatísticas de crimes com vários dígitos e ninguém mais os estranha. Antigamente, no tempo da ditadura, os congressistas, os políticos de um modo geral, desempenhavam seus mandatos com orgulho, com brilhantismo e amor à Pátria. Quase sem nenhuma regalia. Tinham de trabalhar para sobreviver. Corruptos, descobertos, eram logo anunciados por uma mídia muito mais independente e execrados perante a opinião pública que ia as ruas mostrar o descontentamento. Fatores que levaram ao maior erro praticado pelo regime militar: AIs, cassações, perseguições, exílios, mortes, etc. Hoje, na democracia que tanto pregam, a farra com o dinheiro público é quase regra. O cara entra na política pra se arrumar. E quando a população se manifesta, muitas vezes é enfrentada com gás de pimenta, balas de borracha e cassetete no lombo, como acontecia durante a ditadura, atitudes que muitos dos políticos corruptos de hoje, 'democratas' àquela época, ainda têm coragem de incentivar. Antigamente, no tempo da ditadura, partidos políticos, como o PT, defendiam transparência, o fim das privatizações, prisão incondicional dos roubadores do dinheiro público e tantas outras posturas éticas. Hoje, na democracia, subornam através de mensalões, defendem companheiros, transportam dinheiro em cuecas, privatizam e enriquecem com muita facilidade. Antigamente, na ditadura, tínhamos dívida externa e inflação. Mas havia preços competitivos, pois a carga tributária dava pro chefe de família viver com quatro, cinco filhos. Hoje, na democracia, não devemos ao FMI. Em compensação, temos a maior dívida interna de todos os tempos e carga tributária das mais altas do planeta. Na ditadura, uma palmada no bumbum do filho não doía, pelo contrário, muitas vezes ensinava. Se podia esfregar o focinho do cachorro na urina deixada por ele em lugar impróprio. Podíamos ir, tranquilos, de carro, à praia, ao cinema, ao teatro e, na saída, o 'possante' estava lá, inteirinho e guardado por um simpático flanelinha que se contentava com um 'siri', pequena pratinha geralmente deixada no cinzeiro. Como também ficávamos tranquilos com a integridade de nossa casa de praia, do sítio e da fazenda. Se podia paquerar a colega de trabalho - com todo respeito, é claro-, e isto era normal. Desde que em segredo. Na ditadura, também era democrático ir às igrejas e aos templos assistir missas e cultos, nos fins-de-semana sem nenhum tipo de lavagem cerebral. No máximo, avós e tias nos levando meio que à força para termos a proteção divina. Como era usar de eufemismos, chamando colegas de 'negão', 'crente' ou 'sua bicha'. Não existiam conselhos tutelares e sociedades protetoras de animais, guardadores autônomos de carros, aproveitadores e sem nenhuma responsabilidade ( procure-os se tiver problema), os sem-terra, sem-teto e sem-vergonha a invadir as propriedades alheias, os advogados espertalhões querendo processar por assédio, redes sociais indiscretas, igrejas e programas evangélicos de TV vendendo produtos ou gritando o tempo todo (como se Deus fosse surdo), processos por discriminação racial ou por causa da preferência sexual e tantas outras pragas surgidas com a democracia. Que pode ser uma m&#*@, mas ainda é o melhor regime que existe. Pena que anda um pouco fora de moda, como alguns um dia falaram sobre a ditadura.