O Congresso Nacional tem vivido dias de glória. Às avessas, é bem
verdade. Nas manchetes dos jornais e de toda mídia que se preza, a todo
momento, seus protagonistas, deputados e senadores, bem como seus
presidentes, devem estar se sentindo como pinto no lixo tamanha
exposição, já que a vaidade é um de seus pecados capitais prediletos.
Sem falar nos mortais ou veniais. CPIs e temas como a minirreforma
eleitoral, maioridade penal e a possível troca do regime
presidencialista para parlamentarista, entre tantos outros, têm feito
daquela Casa o cenário ideal para que temas importantes sejam debatidos e
tornados de conhecimento público, levando-os a aparecer - e parecer -
como os salvadores da pátria. Só que a 'invasão' constante das humildes
casas, além de ser muito mais midiática do que prática, dificilmente
resulta em algo bom ou, pelo menos, razoável, para a maioria que não
aguenta mais tantas falácias, reajustes, descaso, inflação, falsas
promessas e, claro, roubalheira e corrupção onde, aliás, boa(má) parte
desta classe política está envolvida até o pescoço. Qualquer um que
tenha bom senso, ou queira perder tempo pensando com seriedade no que
acontece, chegará à conclusão que o grande mal são os políticos que vêm
fazendo daquilo uma profissão, um meio de vida para alcançar seus
objetivos mais perversos e mesquinhos, isto é, roubando da população seu
direito legítimo de ver retornar para ela aquilo que lhe tomam - na mão
grande e aos olhos da mesma mídia-, de pesados impostos e, no final,
ainda rindo de todos e fazendo todo aquele teatro no Senado e na Câmara
querendo dar a impressão que são sérios e 'vão acabar com aquela coisa e
levar os malfeitores à prisão'. Mas a população parece ter começado a
perceber que, de prático, não resultará em nada pois as raposas estão
tomando conta de um galinheiro onde, de quatro em quatro anos, apenas
mudam-se as moscas.