A maioria dos políticos brasileiros parece ser, mesmo, uma espécie rara.
Infelizmente, não em fase de extinção. Ou, pelo menos, em uma boa e
autêntica limpeza e readequação de valores. Além de fazer pouco e
receber muito, numa relação custo-benefício injusta e repugnante, ainda
tem gente por aí querendo engrossar a fila dos vereadores, por exemplo.
Mesmo com tantas petições exigindo que estes 'fieis representantes do
povo' tenham salários compatíveis com a realidade brasileira,
principalmente, em municípios pequenos e pobres, onde um ou no máximo
dois mínimos ( sem falar nas outras benesses que as cantilenas
legislativas negam) seriam suficientes para a tal da representatividade,
os vereadores da base do governo de São João da Barra, no norte
fluminense, apresentaram
à Câmara um projeto de emenda que altera a
Lei Orgânica, passando de 9 para 13 o número de parlamentares. Essa
moçada parece que não vê - ou tá se lixando - para onde caminha a
humanidade, onde as desigualdades têm provocado uma onda de
insatisfação, aqui e em todo o mundo, e levado às ruas e às fronteiras
milhões de pessoas que não aguentam mais fome, miséria, roubo e a
corrupção que têm início, em grande parte, nas assembleias e câmaras
municipais que alguns malandros querem aumentar para se locupletar,
inclusive, tendo mais chances quando da disputa eleitoral. É preciso a
Justiça ficar de olho nesta nova aberração que mesmo constitucional,
como parece, vai ajudar a sangrar, ainda mais,os cofres públicos das
cidades torrando dinheiro e distribuindo benefícios a poucos. É bom a
turma de parlapatões abrir bem os olhos porque, aparentemente, o cidadão
já está com os seus assim e sabe que dentro das urnas não tem lugar
para quem defende seu pirão primeiro.