quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

É PROIBIDO MENTIR

Domingo, prefeitos de mais de 5.000 municípios (pelo menos aqueles que conseguiram passar pelo crivo das urnas e do TSE) tomaram posse. Alguns reeleitos, alguns neófitos, mas, todos, sem exceção, cheios de promessas, discursos bonitos e, principalmente, esperança, muita esperança por dias melhores para sua gente. Deixando de lado os aspectos pitorescos - algo enraizado na cultura tupiniquim desde o descobrimento – como, por exemplo, se vestir de gari e, no primeiro dia de trabalho, ensaiar uma  faxina declarando que fará isto toda semana (João Doria, São Paulo);  em decreto, entregar a chave da cidade para Deus (Jairo Magalhães, Guanambi, interior da Bahia); dizer que tem de servir ao seu povo e não ao funcionalismo (Rafael Greca, Curitiba) e profetizar que, de agora em diante, na prefeitura, é proibido gastar (Marcelo Crivella, Rio de Janeiro), a maioria dos alcaides deixou claro que a festa deve continuar, ou seja, os quatro anos serão muito mais de avacalhação, mídia e frases de efeito do que de ações efetivas, reais, concretas e duras como o momento, de norte a sul, está a exigir já que a crise existe e todos têm de apertar o cerco. E, claro, pouco baseadas na verdade e na probidade. Aliás, algo que, poucas vezes se vê, pois a classe política, como um todo ( e neste caso os prefeitos e os senhores edis, como na antiga Roma, funcionários administrativos de segundo escalão), costuma mentir tanto quanto desviar e se utilizar dos recursos e da máquina pública em benefício próprio, seja colocando-os diretamente no bolso (dinheiro vivo, superfaturamento de obras e as velhas e velhacas comissões) e nas canetadas (atos oficiais e editais), seja apadrinhando os seus correligionários e, muitas vezes parentes, através das nomeações ‘na marra’, na cara dura ou até de contratos cruzados e na retribuição partidária em nome das coligações e da tal da governabilidade, todos responsáveis maiores pela corrupção que vem destruindo o País, os estados e os municípios quando governados por gente que entra com esta única e exclusiva intenção. Mas, como nem tudo está perdido, AINDA, tem exceções - ainda que quase na mesma proporção que um camelo entra nos reino dos céus -  e, nelas, devemos acreditar, mesmo que na mesma proporção que um prefeito quando coloca a educação, a saúde, os transportes, a segurança, o emprego, a renda e os salários de sua população como prioridades.