segunda-feira, 19 de setembro de 2011

CHORO DE GOVERNADOR


O Estado do Rio de Janeiro está, literalmente, abandonado. E prestes a enfrentar uma grande crise financeira. Já não bastam as balas cruzando os céus até encontrar inocentes, matá-los e dilacerar suas famílias e a corrupção que contribui com os baixos índices de avaliação escolar, com as filas intermináveis nos hospitais para marcar consultas que não têm previsão de alta e os transportes cada vez mais caóticos, o governo parece querer deixar para trás os municípios produtores de petróleo no que concerne às emendas que pretendem redistribuir os royalties do petróleo, deixando-os à míngua. Todos se lembram, - ou deveriam lembrar -, quando, no ano passado, às vésperas das eleições, o governador Sérgio Cabral, em mais um de seus surtos de histrionismo e já pensando na reeleição, chorou frente às câmeras , incorporando uma pretensa defesa pelo Estado e seus membros, muitos dos quais dependentes diretos do benefício legal e que vem produzindo mais qualidade de vida a sua população, dizendo que todos 'quebrariam' caso as atuais receitas fossem prejudicadas. É bom destacar que, neste processo de pedir votos, o governador proferia discursos voltados a defender o interesse de todos com uma atuação política forte junto aos aliados, deputados, senadores, ministros e aos 'amigos', presidente Lula e a então candidata Dilma Rousseff. Passada a eleição e o famoso interstício do Congresso durante a campanha, período em que só promessas acontecem, Lula veta as emendas Ibsen e Simon, ao estilo 'o último a sair apague a luz', Cabral é reeleito e, agora, a maioria dos governadores e municípios brasileiros exige que o Congresso vote a favor da redistribuição dos royalties do petróleo das camadas pré e pós-sal com o apoio da presidente de uma República quase fatricida, possivelmente, entupida de mandados de segurança caso se concretize. E é neste cenário que o Rio de Janeiro, com seu governador falastrão, começa a afundar levando consigo tudo que foi feito pelos municípios que poderão a voltar a viver com o pires na mão.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

MARCOS VALÉRIO, MENSALÃO E A FALTA DE MEMÓRIA


A cada dia, fico mais convencido de que a corrupção no Brasil se perpetua muitas vezes pela falta de memória e por causa da pouca importância que a população dá aos episódios que envolvem autoridades com o desvio de dinheiro público. Alguém se lembra, com detalhes, do publicitário Marcos Valério, aquele acusado de participar do mensalão? E do mensalão, seus criadores (empresários e lobistas) e agraciados (políticos), alguém sabe o quê é e como está tramitando o processo? Tudo bem que a lentidão da Justiça, a fragilidade das leis e, muitas vezes, o comprometimento da própria imprensa, quando se beneficia do 'esquecimento', também contribuem para que a corrupção se enraize e continue causando tanto mal. Os maus exemplos estão por todos os lados. Apontado como operador do mensalão do PT, Marcos Valério, aquele ex-careca que um dia tanta influência teve - ou ainda tem - nos governos, caba de ser condenado a seis anos e dois meses de prisão, mas não por causa da sua participação no maior esquema de corrupção do governo Lula, ou seja, do mensalão. A Justiça Federal de Minas Gerais considerou Valério e seu ex-sócio Cristiano Paz culpados pelas acusações de sonegação e envio de informações falsas ao Banco Central enquanto dirigiam a empresa SMP&B Comunicações. Os réus, para variar, vão recorrer em liberdade. Já o processo do maior esquema que este país já teve - ou tem -, do qual Valério e Paz também são réus, tramita no Supremo Tribunal Federal e, certamente, continuará a ser procrastinado, enrolado ou, como se diz, 'empurrado com a barriga e a não dar em nada'. Sendo assim, a culpa do povo fica restrita ao que Pelé um dia disse sobre o brasileiro não saber votar.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

TIPOS DE BLOGUEIROS

Basicamente, existe meia dúzia de tipos de 'blogueiros':

1- Da catarse, do feedback, do desejo de informar. Para satisfação do ego;
2- Metidos a malandros, que vendem dificuldades para criar facilidades;
3- Chapas-brancas, jornalistas militantes que chegam a exagerar na defesa de 'suas' posições (mas isto depende muito do salário);
4- Profissionais que vivem exclusivamente - ou quase- disto;
5- Canalhas, que plantam notícias caluniosas sem nenhum propósito só para satisfazer suas mentes doentias;
6- E os que usam o espaço apenas para se divertir, sem muita responsabilidade, mas não chegam a incomodar ninguém.

BLOGS MODERADOS


Três coisas me entristecem em termos de blogs que visito: o assassinato da língua portuguesa, a tentativa de o autor chegar a algum lugar (benefício pessoal; criticar para 'arranjar alguma boquinha" ; se mostrar) e, o pior de todos: os comentários anônimos que travestem reais intenções às vésperas de ano eleitoral. As críticas, mesmo as pouco infundadas ou inocentes, até são aceitas, desde que não levem para o lado pessoal e não objetivem tão somente descredenciar alguém para projetar outrem do interesse, principalmente, do responsável pelo site. Tudo tem de ser feito para dar mais espaço a quem queira debater e não possui espaço apropriado para isto. Fornecer comentários ou notícias sobre um assunto em particular, funcionar como diários online, combinar texto, imagens e links para outros blogs, páginas da Web e mídias relacionadas a seu tema devem ser a razão principal. A capacidade de leitores deixarem comentários de forma a interagir com o autor e outros leitores, sempre moderados com responsabilidade, é outra parte importante de muitos blogs.

VÃO-SE O ANEIS...

Parece que estão enganando, tanto, a presidente Dilma Rousseff com a ideia de uma grande faxina que ela, se fazendo de rogada, já incorporou isto a sua rotina (e, talvez, personalidade) de demitir ministros da maneira mais natural achando que vai eliminar o problema. E que os brasileiros e os movimentos anticorrupção vão ficar satisfeitos. Ou que a mídia vai se calar. Agora foi a vez de Pedro Novais, do Turismo, porque a governanta era paga com verba de seu gabinete de deputado federal. Pensar em ingenuidade está fora de qualquer propósito, pois ninguém vence uma eleição, por mais descrente ou bem-intencionado que seja o eleitor quanto a política. Está cada vez mais evidente, nestes poucos meses, que Dilma 'herdou' um governo - do qual fez parte - atolado de desvios e de práticas clientelistas, mensalões e outros compromissos visando ao ganho fácil e ao continuísmo e isto está abalando todas as estruturas do Planalto. A orientação para eliminar apenas quem for pego com a mão na botija, mantendo intacta a estrutura partidária a dar-lhe sustentação, deixa claro outro provérbio, o de jogar a sujeira para baixo do tapete. Mas a preocupação nesta hora é quanto a bolha que protege nossa economia vai durar, quais têm sido os estragos dentro do próprio governo e até onde vai a influência do PT e do PMDB em suas decisões? Fica a esperança de ver uma presidente, que o país reconhece como sendo forte e corajosa, colocar outra prática em ação, a de proibir censuras, impedir interferências e não acobertar nenhum tipo de crime.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

VAI UMA MÃOZINHA AÍ?


Nas cidades do interior, principalmente pertinho de disputas políticas, a coisa é muito engraçada. Tanto em funerais e doenças, quanto em fatos 'policialescos' envolvendo famílias conhecidas (e com uns votinhos), é uma solidariedade só. É um tal de pré-candidato se oferecendo para ajudar... Ainda mais quando a viúva é rica.

INFRAESTRUTURA EM BAIXA

Alguns governos estão bem adiantados em matéria de atraso quando, por exemplo, o assunto é infraestrutura. A brasileira piorou em relação ao resto do mundo pelo segundo ano consecutivo. Desta vez, no entanto, despencamos 20 posições no ranking global de competitividade do Fórum Econômico Mundial, de 84º para 104º lugar. Em 2010, o Brasil já havia perdido três colocações por causa da lentidão do governo para tirar projetos importantes do papel. Como se vê, há muito blá-blá-blá, muita gente dizendo que faz e acontece, mas de concreto, mesmo, NADA.

UPP

Piada - de mau gosto - que estão fazendo com a UPP's (Unidades de Polícia Pacificadora), que na grande maioria tantos benefícios têm trazido. Por causa de algumas denúncias de desvios de policiais, gaiatos já estão dizendo que significam UNIDADES DE PROPINA DA POLÍCIA. A centenária e gloriosa instituição e a sociedade do Rio de Janeiro não merecem isto. E o governador Sérgio Cabral, vai fazer o quê agora que a coisa estourou?

FALA, PRESIDENTE!


Sabe aquela entrevista entediante, que não inspira confiança e a gente torce para acabar logo? Foi o que senti domingo, durante o Programa Fantástico com a presidente Dilma Rousseff. Pouco à vontade, ela não conseguia completar as frases com um mínimo de discernimento, não mostrava conhecer os assuntos e, o principal, parecia estar bastante distante para quem tinha uma boa oportunidade de falar à nação em horário nobre. Qualquer olhar mais atento, sem, necessariamente, vir de profissional da comunicação ou da mente, constatava, também, sua enorme preocupação com as palavras e com o que era perguntado pela repórter. Talvez isto seja reflexo de uma crise iniciada no governo desde sua posse, - que não dá sinais de estar sob controle -, onde há sérios conflitos entre os partidos aliados, muita pressão por cargos, um PT que traz de volta Delúbio e José Dirceu fortalecidos, sérias irregularidades nos ministérios resultando em várias exonerações em menos de oito meses e, por mais que a presidente negue, comparações com um ávido antecessor e uma faxina que parece não ter fim. De bom, mesmo, só a competência e segurança de Patrícia Poeta.

domingo, 11 de setembro de 2011

FRASE DA SEMANA


No meio de muitas disputas a verdade perde-se.
(Só para lembrar: em outubro, do ano que vem, teremos eleições municipais. E este 'blogueiro' ainda continua filiado ao PV, partido que fundou em Quissamã - RJ - há 10 anos)

sábado, 10 de setembro de 2011

VALE À PENA?

Às vezes, me pergunto se não sou crítico demais. E se vale à pena ser assim. Mas, depois de ter sido o único sobrevivente em uma 'corrida homérica' e agraciado por Deus, não posso me dar ao luxo de engolir sapos, fingir que não vi o que está definitiva e comprovadamente errado. Senão, vejamos: pode-se conviver, por exemplo, entre bueiros que explodem, com trens que descarrilam, traçantes cruzando os céus das comunidades, macas de hospitais com defuntos que 'aguardam a vez de ser atendidos', leis feitas por legisladores com o intuito de beneficiá-los - e só a eles e aos seus -,transportes que, durante horas e em veículos perigosos e desconfortáveis, conduzem milhões a um salário miserável, segregados por cotas cada vez mais ridículas e sem sentido plausível, cuja avaliação é uma 'simples confissão' ao IBGE, com uma educação abaixo da média de qualquer má educação, governos que subtraem, deslavadamente, o que é público, jogando os recursos no privado e na privada e, agora, parece que virou moda, cercado de movimentos populares disto e daquilo? Pode-se, também, conviver com um plano econômico que diz não haver inflação quando todos os meses, durante as compras, a história não é bem assim, com medo da polícia e suas blitzen, de sair dos bancos após uma retirada, independente do valor, do sexo, da idade e até da finalidade? Pode-se, ainda, ter medo de falar em política, revelar ideologias, suas preferências por candidatos, ser quase obrigado a defender o PT, partido de uma presidenta insegura, criticar autoridades constituídas e mantidas com dinheiro público, sem correr o risco de ser processado? E perseguido? Mas para quem se considera acima de qualquer suspeita, como grande parte da população, apesar das limitações e do canto da sereia, a ética é um bem incomensurável que vale à pena e não nos permite arrependimentos. Apesar dos dissabores da luta desigual e das nítidas desvantagens, neste momento, as trincheiras, reitero, valem à pena e são sinal de que existe o contraditório e há outras opções para quem pretende mudanças. Afinal, uma democracia não deve ser boa quando eu mando em você e, sim, quando você manda em mim, desde que haja um bom argumento.

PARADA DO ORGULHO ANIMAL

(Há cerca de um mês, “Nicole” foi vista sendo espancada em pleno Campo São Bento. O caso gerou revolta e causou grande mobilização da população e de ONGS e protetores voluntários, que se prontificaram até a ficar com a guarda da cadela)

Nem Orgulho Gay, nem Marcha pela Maconha, tampouco movimentos anticorrupção, pela defesa da vida ou contra a impunidade. Desta vez, a Praia de Icaraí, em Niterói, chamará atenção para um outro evento que também precisa de compreensão. E muita reflexão. No dia 1º de outubro, às 9h, o calçadão da praia será palco de um grande ato de mobilização da sociedade contra casos de agressão, abandono e até de envenenamentos de animais e marcará a Semana de Proteção, que é comemorada em homenagem ao Dia Mundial dos Animais que acontece no mesmo mês. Niterói será a primeira cidade a realizar a Parada do Orgulho Animal. A iniciativa é da secretaria municipal de Projetos Especiais, a mesma que promove a adoção de cães e gatos todas as semanas no Campo São Bento. O movimento prevê, ainda, a criação de uma legislação de proteção e bem estar do animal, inserido no código municipal. O convite começou a ser divulgado através das redes sociais e não está restrito apenas aos protetores, cuidadores e aos donos dos animais da cidade. Gatos, cachorros, papagaios e até os animais de estimação mais exóticos e inusitados, como as cabras e aves, por exemplo, também, estão convidados a seguirem na passeata. Além de apoiarmos integralmente projetos assim, estaremos lá, eu e a superprotetora dos animais, Márcia Direnna, abraçando a causa e, se preciso, empunhando nossas armas (bandeiras, faixas e cartazes) e fazendo coro contra mais esta covardia praticada a quem, salvo raríssimas exceções, não pode se defender. Um belo exemplo a ser seguido, principalmente por autoridades, aí afora, sem muita imaginação e senso de amor ao próximo. Afinal, os animais também são 'seus próximos'.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

MOVIMENTO ANTICORRUPÇÃO

Pelo tamanho do Brasil e dos casos de corrupção que surgem, a cada momento, na mesma proporção, o movimento deflagrado em todo país questionando, principalmente, a atuação dos políticos, parece andar a passos de cágado e ter um limite nada bom para quem precisa de urgentes e profundas mudanças de valores, ética e igualdade. Apesar de espontâneo, justo, de bandeira imediata e suprapartidário, o Movimento Anticorrupção e as marchas como a de quarta-feira (Dia da Independência) correm o risco de não atingir o resultado esperado, caso não haja mobilização de todos os segmentos da sociedade, inclusive da banda boa do Congresso Nacional, no sentido de exigir medidas enérgicas para quem for pego se utilizando da coisa pública em benefício próprio. Para se mudar esta cultura que existe no Brasil, - dizem, desde o Descobrimento -, não basta, apenas, promover manifestações. É preciso ter plena consciência de que ela é errada sob todos os aspectos, uma doença incurável que leva à morte de pessoas e instituições e cujo contágio se dá através dos maus exemplos que repetem-se pelos que nos rodeiam, porque o modo como vivemos tem impacto nos outros. Devemos aplaudir quaisquer iniciativas que resultem em lutas anticorrupção, mas sem desprezar ninguém, como, por exemplo, políticos que disseminem a capacidade de reflexão, de análise e conduzam à formulação de leis destinadas a liquidar com as figuras da impunidade e da imunidade, a propósito, as verdadeiras aliadas do perigo que começa em um simples cafezinho.

sábado, 3 de setembro de 2011

'DESCOBRIRAM' A INSEGURANÇA DE CABRAL


A parcialidade da maioria da mídia do Rio, muito bem contemplada, por sinal, com a verba do governo, deixa de relatar dados estatísticos importantes como o aumento da criminalidade nos últimos quatro anos (furtos, latrocínios, etc.). Esta é uma das constatações que aparecem em manifesto sobre a morte da juíza Patrícia Aciolli, fincadas próximas a uma enorme cruz no início da praia de Icaraí, que fiz questão de ler na íntegra agora há pouco. Além da indignação e quase paranoia que o caso requer e sugere, continuei minha caminhada com outra triste constatação: nada está tão ruim que não possa piorar! Falo isto pensando no governo anterior da governadora Rosinha que, hoje, prefeita de Campos e com todas as contas aprovadas ( dados também omitidos pela 'grande' mídia) pelo TCE, não tinha índices tão altos assim, tal qual aconteceu na gestão de seu marido, deputado Anthony Garotinho. Mas isto quase ninguém fala. E, no final, quem fica à mercê dos criminosos, sem poder sair às ruas, com segurança paralela ou trancafiado dentro de sua própria casa, somos nós, independente da política partidária que neste caso interessa muito menos.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

A IMPLOSÃO DO RIO

Antes, nos preocupávamos, 'apenas', com as saidinhas de banco, latrocínios, balas perdidas, falsas blitzen e com os tiroteios polícia x polícia e polícia x milícias, além da perseguição constante às minorias, prática comum na maltratada Cidade Maravilhosa. Mas, com a aproximação da Copa do Mundo e da Olimpíada, quando milhões de pessoas estarão aqui, ao vivo, com os olhos na telinha ou andando pelas ruas do Rio de Janeiro, nossa preocupação é ainda maior. Fico imaginando bueiros, trenzinhos e brinquedos assassinos, de nossos parques de diversão macabros, explodindo e lançando aos ares pessoas de todas as nacionalidades que, como nós, aumentarão a estatística de 'fatalidades', como já se habituaram declarar os governos. Muito nos envergonha ver a fechadura trocada ( muitas vezes substituída por outra inferior, produto de licitação fraudulenta) somente após o arrombamento e o descaso como são tratadas questões importantes como, por exemplo, a vida de quem paga os mais altos impostos- e injustos - do planeta. O povo brasileiro e, em especial, o carioca, não merece ser motivo de chacota nem agora nem daqui a três e cinco anos, quando estaremos sendo palco dos maiores torneios importantes do mundo.