domingo, 26 de julho de 2009

UM DIA ELAS CHEGAM

Desculpa entrar no assunto, assim, logo de cara, mas um dia todo mundo vai se encontrar com a justiça. E com a morte, que também é um limite, uma regra pré-estabelecida. Por mais que não queiramos encarar de frente as grandes defenestradoras, por mais que as posterguemos, um dia elas nos pegam e, aí, vamos ajustar contas. Com uma e depois a outra. Ou com ambas, de uma só vez, como aconteceu com Saddam Husseim e tantos outros que saíram e voltaram para o buraco. Tudo bem que ninguém gosta de admitir que justiça e morte são parceiras (são assim, ó), representam o mesmo modelo de gestão, com todo o obscurantismo peculiar. Não se sabe quando chegam, como será o julgamento, o veredicto e a forma de tudo se acabar. Mas isto faz parte. O que não se pode é viver o tempo todo olhando a ampulheta e a porta, nem para baixo da cama, para o interior do armário para ver se já está ocupado, muito menos fazer como o avestruz que, para a mitologia, esconde a cabeça na areia ao sinal de perigo. Isto só faria aumentar a paranóia e a ideia de que a morte pode ser injusta. Também não adiantam disfarces ou quaisquer outros subterfúgios, pois elas sempre encontram a medida certa. E para nos levar. Esta não é uma crônica pretensamente edificante, tão pouco trata de algo particular. Tem, sim, a intenção de lembrar que não há como nutrir a esperança de que “jamais” daremos de cara com a justiça e a morte. Elas, à sua maneira, existem, nos encontrarão e nos levarão para algum lugar. Desculpa sair do assunto, assim! Mas é que hoje é domingo, prenúncio de mais uma semana que promete.