sábado, 27 de março de 2010

FORA DE QUALQUER PADRÃO

A condenação do casal Nardoni, pelo assassinato da menina Isabella, é o assunto principal deste e de outros finais de semana. A extensa pena - de 31 anos para Alexandre e 27 para Ana Carolina - era o que esperava a maior parte da população brasileira, uma vez que o crime, de grande repercussão, comoveu o país durante longos 24 meses e gerou uma expectativa quase sem precedentes na história da justiça forense. Por tratar-se de homicídio triplamente qualificado e pelo fato de ter sido cometido contra um descendente indefeso, considerado um agravante, -além da fraude processual-, o júri entendeu que deveria ser aplicada uma pena que representasse a retirada da sociedade de duas pessoas com um perfil tão frio, calculista, desumano e, supostamente, doentio, fora de quaisquer padrões de comportamento, principalmente em se tratando de um ódio da "madrasta" por uma criança de cinco anos (e por sua mãe) e pela covardia de ter sido arremessada do sexto andar pelo próprio pai. Pelo menos foi o que o promotor do caso conseguiu transmitir. E convencer. Trancafiar o casal, sem benesses, dentro do que estabelece a lei, pode servir como exemplo, representar mais um fio de esperança na justiça e amenizar um pouco do sofrimento da família da criança e de milhões de pessoas que torceram para um final como este.