quarta-feira, 1 de junho de 2016

SEM ARREPENDIMENTO

Toda vez que muda-se de opinião ou de comportamento em relação ao acontecido, diz-se que houve arrependimento. Religiões, como o Judaísmo e o Cristianismo, por exemplo, exaltam sentimentos de contrição ou rejeição, demonstrados pelo pecador, em relação aos seus pecados, fazendo com este pratique o bem para conseguir sua remissão. Mas não foi nada disso que levou - e vai levar muito mais - pessoas da alta cúpula da política e do grande empresariado nacionais para a prisão, perderem mandatos, devolverem dinheiro roubado, enfim, a ficarem, como dizia minha avó, dona Valentina, mais enrolados do que chiclete em boca de gato. Tampouco a se arrependerem. Para eles, os 'malditos' gravadores e filmadoras, contidos nos 'malditos' celulares e os grampos, aliados à bendita delação premiada e ao eficiente trabalho da Justiça, notadamente da Polícia Federal e da Operação Lava Jato (protagonizada por Sérgio Moro e outros paladinos que querem mudar a páginas vergonhosas escritas pelo PT e compiladas por PC do B, PDT e outros partidos da base, hoje, oposição ferrenha e tacanha como só ela), bem como a contínua revelação da Imprensa, redes sociais e vozes das ruas, foram os verdadeiros motivos para os pseudo-arrependimentos repentinos, tornados públicos só agora que os ladrões-mor da República e os principais atores do maior projeto criminoso de poder foram flagrados com a mão na botija. E nos bolsos de milhões de brasileiros. Mas, antes que Lindbergh, Gleise, Humberto, Vanessa e Jandira voltem a espernear nos plenários do Congresso - e para as câmeras e palanques eleitorais já montados -,é bom que se diga que tudo tem sido feito de maneira legal, como determina a Constituição (às vezes, até meio coercitivamente pois sabe-se como é, para grandes ratos, grandes ratoeiras e todo recurso é bem-vindo). Aliás, a mesma que eles não precisaram jurar defender por terem sido contra. Independente dos arrependimentos de Lula em relação ao poste, ou melhor, presidenta-posta, do que falaram aqueles que ficaram ministros por apenas duas semanas, Jucá (Planejamento) e Fabiano Silveira (Transparência), das conversas de Sarney e Renan feitas por Sérgio, o Homem do Machado, da ex-extinção do Ministério da Cultura e de serem quase todos do PMDB - nada é perfeito -, o presidente interino Michel Temer, do mesmo partido, tem acertado com as exonerações imediatas, corte de despesas, diminuição de Ministérios, escolha de nomes técnicos na composição dos principais escalões, principalmente, da equipe econômica, fator fundamental para agradar o mercado, gerar confiança, facilitar a atração de investimentos e recuperar a economia.- principal calcanhar de Aquiles neste momento, com mais de 11 milhões de desempregados - e o bom entendimento com o Legislativo (tirando o pessoal da oposição que vai continuar apostando no quanto pior melhor). Com cerca de 20 dias de governo, tem-se a impressão de um bom começo, físico e psicológico, onde os reflexos positivos na economia, funcionamento a todo vapor da Lava Jato, sem interferências, condição sine qua non para o apoio popular e as decisões pessoais e firmes do presidente Temer vêm mostrando a necessidade de mantê-lo à frente da nação. Pelo menos, até o momento.