quarta-feira, 20 de julho de 2016

NUNCA MAIS

Segundo a sabedoria popular, nunca devemos dizer que jamais faremos algo nesta vida, mesmo porque não sabemos o dia de amanhã. Sendo assim, é uma frase perigosa demais para se proferir, principalmente, em tempos de tantas dificuldades. E um mundo de tantas incertezas. O mesmo se aplica ao "nunca mais irei àquele lugar; nunca mais dirigirei a palavra a fulano, nunca mais cometerei tal erro, nunca mais farei isto ou aquilo nunca mais se repetirá". E, até, "nunca mais votarei no PT, em outro partido ou político corrupto" (todos com as devidas aspas). Entretanto, tem gente, afirmando isto em relação à Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira, ou seja, que ela não volta nunca mais. Afinal, a CPMF volta ou não? Ou encontrar-se-á (bem ao estilo Temer de falar e, tudo indica, de agir) outro nome para o imposto ou a criar-se-ão novos? Desde que assumiu, o atual governo vem soltando, através de veículos de comunicação simpáticos a ele, mensagens cifradas e baseadas na célebre frase: é bonzinho mas não tem jeito! Tem de instituir a cobrança por falta de outra alternativa. Dizem: os governos anteriores - leia-se, Lula e Dilma - provocaram um enorme rombo nas contas públicas e temos a obrigação de diminuir suas consequências. Tudo bem, todos sabemos das enormes dificuldades, da crise, do desemprego, da volta da inflação, da roubalheira que rolou (rolou?), da torcida contra, principalmente, do PT e do PC do B, etc, etc, etc. Mas, cheios de senões e poréns, quando se trata de contribuir com o sangue e o suor do povo brasileiro, em detrimento de uma contrapartida que a classe política não quer dar, nos perguntamos:  o que se pretende, de  forma concreta e convincente, fazer para reduzir os monumentais, incomparáveis e, tudo indica, incontroláveis gastos da máquina pública? Por exemplo, seria importante dizer quantos dos mais de 300 mil cargos comissionados já foram extintos; quantas benesses a parlamentares e apadrinhados foram, efetivamente, cortadas, independente da tal da governabilidade e da ânsia de afastar, de vez, Dilma e seus asseclas; quantos aluguéis foram eliminados, de prédios desnecessários; quantas verbas parlamentares foram cortadas; quantos prédios de moradias funcionais e vários outros auxílios deixaram de existir? Quantos carros e aviões oficiais foram retirados do andar de cima, em viagens abusivas, muitas vezes sem nenhuma urgência que as justificassem? Também não se tem notícia sobre o cancelamento de nenhum contrato, dos milhares que existem, com empresas de segurança privada, mantendo-se uma contradição absurda de se contratar a proteção de terceiros para aqueles responsáveis pela segurança pública de todos. E as mordomias ilegais da família de Dilma, IstoÉ (a revista está sendo processada por apontar a imoralidade), o serviço prestado, pago pelos cofres públicos - portanto, por todos nós - de conduzir a trupe pra lá e pra cá em veículos oficiais repletos de agentes para protegê-la? E a tal da Ponte para o Futuro, com sérias e factíveis medidas de contenção de despesas e significativos avanços que contenham as tão preciosas reformas trabalhistas e previdenciárias, mantendo direitos adquiridos, claro, e acabando com a inadimplência e pensões dignas de países estáveis e justos? Que não é o nosso caso. E a sonegação, a evasão de divisas e o lucro cada vez mais exorbitante das instituições bancárias? Como se vê, muito pouco destas medidas foram colocadas em prática e a turbulência na economia, além do caos no dia a dia da população continuarão a afundar o país, pois o verdadeiro motivo de tudo poucos têm coragem de, sequer, apontar e, quiçá, combater. Seu nome? O corporativismo existente na maioria do(s) legislativo(s), aquele que criou o toma lá dá cá, não permitindo sejam executados projetos que priorizem uma qualidade de vida aos cidadãos promovida pelo muito que se paga de impostos. O mesmo 'poder' que só pensa em seu próprio benefício, vive das mais crueis retóricas, enganações e, pior, locupletações à custa do sofrimento de quem os colocou lá e permite a criação - ou volta - de impostos como a CPMF. Estes, sim, novos impostos e políticos corporativistas, NUNCA mais deveriam voltar