quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

O X DA QUESTÃO

A prisão do empresário Eike Batista, ex-número 7 do mundo (segundo a revista Forbes, conhecida por suas listas, principalmente nas quais faz um ranking das pessoas mais ricas), vem estarrecendo pelo menos meio planeta, tanto quanto ele ter perdido quase toda a fortuna "oficial" em tempo recorde, já que como bom brasileiro, mineiro bão uai, e frio pela ascendência alemã ainda deve ter muito por aí nos paraísos fiscais. Aliás, repletos de dinheiro público manchados com o sangue de nossos aposentados, nossas crianças malnutridas e de educação inferior, nossos usuários do SUS atendidos de maneira vil, nossas vítimas de roubos e latrocínios, além dos servidores do Estado do Rio sem salários e sem dignidade causados por Eike e seus 'aliados' que nunca estiveram preocupados em fazer da política algo que não representasse somente os próprios interesses. Roubalheiras e surpresas à parte, tudo isto é mais um capítulo importante da moralização e mudança de cultura que se tenta implantar no País e um grande passo nas investigações da Lava Jato. Mas não é só isso. Seu retorno ao Rio de Janeiro, para cumprir um mandado de prisão sob a alegação de pagamento de propina ao ex-governador, Sérgio Cabral, possivelmente - e nós torcemos muito para isso - a outras figuras 'ilustres' da política nacional e partidos, como organizações criminosas, o encarceramento, a cabeça raspada (mesmo a peruca retirada e as ironias de dizer que pretende ajudar a passar o Brasil a limpo) e as possíveis delações bombásticas e/ou provas revelando aquilo que já se imaginava há muito tempo, isto é, que as portas dos governos do PT e do PMDB, acumpliciados, sempre, pelos puxadinhos, estavam escancaradas para os negócios escusos e o empobrecimento do Estado, também devem deixar ensinamentos, tais como:
1- Os governos, de um modo geral, são, sim, máquinas de concentração de renda, abertas à corrupção (corruptos e corruptores);
2- Grandes empresários não fazem doações e sim investimentos;
3- Conquistar a confiança de um presidente não é fácil, mas vale à pena (isto serve para governadores, prefeitos e afins);
4- Atualmente, nos negócios e na política, é possível enganar as pessoas durante um tempo, jamais o tempo todo;

5 - É mais fácil - e barato - comprar leis e políticos do que prestar bons serviços à sociedade;

6- O 'jeitinho' brasileiro é um dos maiores empecilhos para o verdadeiro desenvolvimento do País;
7- O povo na rua e nas redes sociais é uma das melhores formas de se evitar abusos;

Entretanto, os ensinamentos e a prisão de alguns criminosos de altíssima periculosidade como Eike, Cabral, Cunha, Dirceu, Santana, Lula e Renan (ops, estes dois ainda não!) não bastam. O trabalho está só começando. Há de se fazer profundas reformas que contemplem uma Justiça ainda 'amarrada' por ultrapassadas leis e uma classe política corporativista, repleta de criminosos, ainda soltos, com privilégios, imunidades e, claro, doida pra ser corrompida e que não aceita que o problema maior é o Estado por comprar - do vereadorzinho ao presidente -, funcionários públicos do mais baixo ao alto escalão, para ter agilidade, por exemplo, na concessão de licenças, alvarás, concessões, operar em conformidade com as portarias e a complexidade das leis que são contrárias as liberdades individuais, como o código tributário, códigos comerciais dos Estados que beiram ao ridículo, um código civil, que regula o mercado como se fosse um inimigo da sociedade e, mais fácil, indivíduos sem escrúpulos à mercê dos tubarões. Vide à Operação Zelotes, em que compensava mais pagar milhões para fazer os débitos sumirem do fisco, para meia dúzia de funcionários públicos de alto escalão, do que pagar os bilhões em impostos devidos. Finalmente, não se pode esquecer do que o Estado faz para alimentar infelizes chamados de 'sem oportunidades ou alijados pelo sistema', através de programas sociais, verdadeiros paraísos para corruptos, sejam eles ativos, passivos ou qualquer outro nome que queiram dar a quem rouba, deixa roubar, corrompe ou se deixa corromper.