quarta-feira, 3 de maio de 2017

O STF FAZ VERGONHA




Sem entrar no mérito e nos aspectos legais da soltura, do habeas corpus ou qualquer outro diabo de nome que se queira dar ao que os ministros do Supremo Tribunal Federal acabaram de fazer - mesmo porque isto não interessa -, mandando pra casa José Dirceu, um dos responsáveis diretos do maior projeto criminoso de poder praticado no País até hoje ( para alguns, beirando a um autêntico genocídio, pois provocou - e provoca - a morte da saúde, da educação, dos transportes, da segurança, dos salários, da economia e até de direitos conquistados pelo trabalhador), a verdade é que Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski contribuíram com uma perigosa sinalização a favor da impunidade e também em aumentar, ainda mais, o desgaste das instituições da República. No popular, fizeram uma sacanagem, pois a atitude, mesmo legal, pelo menos na 'interpretação' dos três (Celso de Mello e Edson Fachin votaram pela manutenção da prisão),coloca em risco a Lava Jato e joga na lama a esperança de milhões de brasileiros que ainda acreditam (vam) na possibilidade de haver uma profunda mudança na Justiça brasileira e na máxima "pau que dá em Chico...", aquela para a qual aos amigos e inimigos o rigor da lei. E aí consiste outro x da questão (e por falar na 24° letra do alfabeto latino, Gilmar Mendes também mandou o empresário Eike Batista pra mansão, ops, pra casa): será que com gestos assim, de dar guarida a poderosos que, comprovadamente, praticaram crimes dos mais abomináveis como corrupção ativa, formação de quadrilha, etc., a população vai acreditar que pau que dá em Zé dá em José, ou seja, que algum dia haverá uma Justiça ampla, aquela que pune a todos, do ladrão de galinhas ao chamado criminoso do colarinho branco, como políticos e empresários rapinantes de dinheiro público? Ou será que continuaremos a ser vistos, mundo afora, como o País do jeitinho, um paraíso para quem praticou malfeitos de toda natureza e ainda pode contar com a proteção, inclusive, da mais alta instância do judiciário?