segunda-feira, 26 de agosto de 2024

BATALHA EM QUISSAMÃ

É público e notório que Quissamã, no norte fluminense, é um dos municípios com maior renda per capita do Rio de Janeiro. Quiçá, do Brasil. Isto é, com uma arrecadação milionária a ser distribuída entre seus menos de 24 mil habitantes e cerca de 19 mil eleitores. Para se ter ideia do quanto "jorra de petróleo" nos cofres da prefeitura, somando royalties e participação especial, Quissamã, ano passado, recebeu mais de R$ 163 milhões, despertando o interesse e a cobiça de muita gente pela riqueza da terra, do mar e, como agora, pelo processo eleitoral. Deixando de lado os aspectos pouco republicanos e sombrios como o vale-tudo, o surgimento de eleitores "de ocasião e candidatos olímpicos" - e semi-olímpicos, todos ávidos por um lugar ao sol na aquinhoada Câmara local (com suas 11 confortáveis cadeiras) -, faz com que a "terra boa e amiga" retratada em hino, também prometa uma disputa sem precedentes entre três fortes candidatos à, igualmente, aquinhoada e confortável cadeira de prefeito. Alcaide, como se dizia no tempo em que o vocábulo designava a autoridade municipal na Península Ibérica durante a Idade Média. Aliás, mesmo período que, em alguns aspectos, ainda impera na pequena e privilegiadíssima Quissamã. Sendo assim, batalhas, não, necessariamente, sanguinárias e fratricidas, como as Cruzadas, serão travadas antes, durante e depois do dia seis de outubro.