segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025
FOGO AMIGO
Reza a lenda, ou melhor, é de bom alvitre esperar os 100 primeiros dias de um novo governo para fazer críticas mais contundentes. É o chamado período para se "arrumar a casa", quando se verifica o que não foi bem para mudar, implantar novos projetos e colocar em campo seus jogadores que, em tese, durante os próximos meses/anos darão ao prefeito a sustentação político-administrativa que necessita para atender aos anseios da população e a autonomia da qual não se pode abrir mão. Este tempo serve, também, para expurgar aqueles "aliados" do antecessor(a) deixados para serem seus olhos e ouvidos e, não raro, estão lá mais pra atrapalhar o governo que ora se inicia. A tal da venda de dificuldades para vender facilidades. O quanto pior, melhor, que pode significar sua volta triunfal no caso de o "barco afundar". Claro que se livrar das amarras do jogo, dos compromissos de campanha, das armadilhas e das estratégias, geralmente, engendradas por quem pratica uma eficiente engenharia política, requer que o prefeito jogue com muita perspicácia, transparência e independência (para ter sempre o povo ao seu lado), bem como ouça quem tem capacidade e quer ajudá-lo - de verdade - e, como ele, caso queira, tenha coragem para mudar e enfrentar o fogo amigo - com todas as aspas possíveis-, já que um mandato se transforma numa guerra de amor e ódio, ambições, traições e onde o número de baixas sempre resulta em serviços públicos de má qualidade, corrupção, compadrio... Finalmente, pode também não servir para nada!