quarta-feira, 25 de maio de 2011

'BRANDA' PIMENTA

Todos sabemos que o Brasil é o país da impunidade e, dificilmente, quem tem prestígio e/ou dinheiro vai para a cadeia. A prisão do jornalista Pimenta Neves, - réu de homicídio (com agravantes), em que existe a arma do crime, o corpo, testemunhas e a própria confissão -, não significa que paradigmas serão quebrados e seu possível encarceramento, por 15 anos, dar-se-á sem qualquer tipo de privilégio ou mais um daqueles recursos propostos por brilhantes escritórios de advocacia. A sociedade, que procura seguir à risca os padrões de convívio social e os ditames das leis, considera abomináveis, por exemplo, o deboche de criminosos perante elas, a imunidade para quem as faz e julga e a quase certeza da impunidade ou, na pior das hipóteses (para nós), de penas nada inibidoras. O exemplo emblemático Pimenta Neves deve servir de pauta para as mais diversas publicações, estudos forenses e se perpetuar, a propósito, única coisa a se perpetuar neste caso, mas não impedirá crimes como o por ele praticado. Enquanto não houver uma grande mobilização em torno da reforma do Código Penal e do processo prisional como um todo, os tribunais continuarão a ser vistos como locais onde nem sempre a Justiça prevalece.