domingo, 22 de maio de 2011

O FIM DO MUNDO

O que têm em comum o apocalipse, previsto por fanáticos religiosos para ter acontecido dia 21 de maio (último sábado) e os projetos relacionados ao enriquecimento ilícito de agentes públicos? A resposta é muito simples: é que ambos não deram em nada. A teoria do fim do mundo - mais uma dentre tantas - se baseava em um trecho da Bíblia na qual Deus fala a Noé: “Após sete dias a partir de agora, Eu irei enviar o dilúvio, uma chuva de quarenta dias e quarenta noites sob à Terra e eliminar todas as formas de vida que criei". Acontece que, segundo consta no livro sagrado dos cristãos, “um dia para o Senhor é como sete mil anos, e sete mil anos são como um dia”. Como o dilúvio ocorreu 4990 anos antes de Cristo, somados sete mil anos, chegamos em 2011. Felizmente, para toda a vida no planeta, a profecia não se concretizou e estamos aqui. Quanto aos projetos anticorrupção, tramitando no Congresso Nacional há décadas, nenhum parece dar sinal de analisar situações em que há conflitos de interesses públicos e privados, ampliando a punição a servidores envolvidos em irregularidades. Como se vê, mesmo o fato de o ministro da Casa Civil, Antônio Palocci, ter multiplicado por 20 vezes seu patrimônio nos quatro anos em que foi deputado federal não serviu para que os parlamentares fizessem sua parte, impondo penas severas a funcionários públicos cuja evolução patrimonial seja considerada suspeita e empresas envolvidas em corrupção. Agora, torcemos para outra profecia sobre o fim do mundo não acontecer em 2012, a propósito, ano de eleições, quando surgirão fanáticos religiosos e políticos com as mais absurdas teorias moralizadoras.