quinta-feira, 6 de setembro de 2012

POBRE, PORÉM HONESTO

O esforço do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para mudar a cultura do toma-lá-dá-cá, recrudescida, agora, durante as campanhas que vão apontar prefeitos e vereadores, é válida. Mas insuficiente. A busca do voto consciente, como propõe, através da veiculação nas emissoras de rádio e TV, não deveria acontecer só neste período, bem como os festivais pirotécnicos que se faz nas CPIs, ao  julgar mensalões, registros de candidatos, se os mesmos estão aptos, têm Ficha Limpa e, principalmente, quando prendem agentes políticos, como acaba de acontecer com prefeito, vereadores e secretários de Guapimirim, no Estado do Rio. Mostrar ao eleitor a importância da participação nas eleições e de evitar a troca de votos por vantagens chega a ser surreal quando se vê, por exemplo, candidato criando Comitê Financeiro Único de Campanha, (que dificulta identificar origem do dinheiro de doações), milhares de pessoas nas ruas levantando bandeiras, sentadas ao lado de fotos e tanta gente amável e sorridente 'pedindo' voto, numa clara demonstração do mais autêntico mercantilismo. Fazer uma grande reforma eleitoral no país, com campanhas sistemáticas, inclusive, e leis severas que retirem, para sempre, de circulação, corruptos, pode ser o início de uma solução que, pelo menos a médio prazo, vai ajudar a diminuir este processo injusto que geralmente pega os mais indefesos. No entanto, nada justifica ficarem à mercê, nem trocar o voto por aquilo que consideram ser um vantagem sem muita consequência.