domingo, 27 de setembro de 2015

ARRASTANDO PARA O INFERNO

Toda vez que recomeçam os arrastões nas praias, como semanas atrás, e nos shoppings, como num passado recente, em São Paulo, reacende-se a velha discussão sobre os motivos para tanta violência praticada, principalmente, por jovens que vão para aqueles lugares brigar, furtar ou praticar outros atos do mais puro vandalismo, além do enfrentamento contra a figura da autoridade representada, ali, pelas polícias. A resposta, vinda de todos os segmentos especializados (ou não), quase sempre aponta para um só lugar: a falta de educação, de fé, de atenção e de amor das famílias em relação aos seus, sem falar na pouca - e efetiva - capacidade do estado em desempenhar o verdadeiro papel de diminuir as muitas diferenças sociais, por exemplo, criando condições para que estes jovens não sintam-se tão à margem. E por falar em exemplos, têm, ainda, as várias formas de discriminação e até os vindos de cima -, neste caso, de baixo -, como os sucessivos escândalos provocados pela corrupção que, sem dúvida, aumentam a certeza de impunidade, fazendo com que os jovens se achem quase no direito de transgredir, quebrar regras, descumprir leis e 'chutar o balde pra ver no que dá', tal qual fazem os criminosos do colarinho sujo. Finalmente, se é que há possibilidade de tudo isto terminar, pelo menos a médio prazo, existem outros agravantes, tão ou mais impiedosos, que são a idolatria e o contato com o crime organizado, ligado às facções, às armas e às drogas, todos contribuindo para dar-lhes algum poder e isto, com certeza, reflete naquelas terríveis ondas de arrastão e violência nas praias, ruas, clubes e demais lugares onde haja concentração de jovens, inclusive, nas escolas onde ela grassa cada vez mais naquele ambiente onde os componentes apontados no início (lembra, a falta de educação, de fé, de atenção e de amor das famílias em relação aos seus?) deveriam otimizar, facilitar, mesmo, a prática do respeito, do aprendizado, da ética e, claro, da cidadania que deveria começar vindo de um berço digno de uma casa onde existisse razão e não faltasse pão.