quinta-feira, 18 de julho de 2019

PERU FESTEIRO

Com quase 58 milhões de votos e carregando a esperança de "revolucionar" o Brasil - com ou sem armas - Bolsonaro tem conseguido, no máximo, se transformar num "Peru Festeiro" que, como dizia minha avó, era quando alguém fazia e acontecia, pulava pra lá e pra cá, gritava, esperneava... e, no final, nada". O autêntico Peru Festeiro. Durante a campanha do ano passado, o então candidato dizia, por exemplo, que ia acabar com a velha política do toma lá dá cá e o que se tem visto é um aumento significativo de emendas parlamentares visando comprar votos para aprovar a Reforma da Previdência e deixar o campo limpo para o futuro; discussão do porte e posse de armas relegada a um segundo plano; desemprego, taxa de juros e dólar próximos ao patamar dos governos passados; ministros denunciados e, devido às frituras e desentendimentos, vivendo numa verdadeira Torre de Babel; a volta dos pardais eletrônicos com mais velocidade ainda; manutenção dos gastos injustificáveis,  como da TV estatal que continua "no ar", mas sem audiência (o mesmo para as mordomias nos Três Poderes); ser contra a reeleição,  mas já fala em 2022 e tantos outros estardalhaços e fakes midiáticos que só têm causado confusão.  Sem falar nas pérolas ditas - e feitas - como nomear ministros para o STF " terrivelmente evangélicos; bom seria que o sargento-traficante fosse pego na Indonésia; nomear filhos num ministério ou embaixada não é nepotismo", etc. Uma pena, pois a população, de um modo geral, acreditou que Bolsonaro não ia ser tão político ao ponto de falar e prometer aquilo que não pode ou não vai fazer. Bem ao estilo dos perus festeiros que minha vó tanto falava.