Com quase 58 milhões de votos e carregando a esperança de "revolucionar"
o Brasil - com ou sem armas - Bolsonaro tem conseguido, no máximo, se
transformar num "Peru Festeiro" que, como dizia minha avó, era quando
alguém fazia e acontecia, pulava pra lá e pra
cá, gritava, esperneava... e, no final, nada". O autêntico Peru
Festeiro. Durante a campanha do ano passado, o então candidato dizia,
por exemplo, que ia acabar com a velha política do toma lá dá cá e o que
se tem visto é um aumento significativo de emendas
parlamentares visando comprar votos para aprovar a Reforma da
Previdência e deixar o campo limpo para o futuro; discussão do porte e
posse de armas relegada a um segundo plano; desemprego, taxa de juros e
dólar próximos ao patamar dos governos passados; ministros
denunciados e, devido às frituras e desentendimentos, vivendo numa
verdadeira Torre de Babel; a volta dos pardais eletrônicos com mais
velocidade ainda; manutenção dos gastos injustificáveis, como da TV
estatal que continua "no ar", mas sem audiência (o mesmo
para as mordomias nos Três Poderes); ser contra a reeleição, mas já
fala em 2022 e tantos outros estardalhaços e fakes midiáticos que só têm
causado confusão. Sem falar nas pérolas ditas - e feitas - como nomear
ministros para o STF " terrivelmente evangélicos;
bom seria que o sargento-traficante fosse pego na Indonésia; nomear
filhos num ministério ou embaixada não é nepotismo", etc. Uma pena, pois
a população, de um modo geral, acreditou que Bolsonaro não ia ser tão
político ao ponto de falar e prometer aquilo
que não pode ou não vai fazer. Bem ao estilo dos perus festeiros que
minha vó tanto falava.