Devemos reconhecer que o coronavírus tem criado problemas quase
incontroláveis. Alguns que parecem transcender até mesmo a grave doença.
Além do confinamento e do risco de ceifar mais vidas, inclusive, a de
qualquer um de nós, tem surgido outro ligado à autoridade
pública e à legalidade. Um exemplo que pode retratar o momento em que
estão todos apavorados, estressados, e sem saber o que fazer - e a quem
obedecer -, refere-se à crise de identidade e de autoridade pelo que
estamos passando. E isto pode ser constatado, dia desses, quando dois funcionários de uma companhia de luz do Rio de
Janeiro chegaram para cortar um fornecimento de energia na casa de um conhecido, o qual NUNCA
recebeu sequer UMA conta, e para os quais fora apresentada uma medida
sancionada pelo governador no dia 23,
tendo sido ignorada, ironizada mesmo, pelos aludidos senhores da
empresa, pelo visto, desinformados e andando às cegas, pois demonstravam serem uma espécie de donos da situação e do poder de permitir ou não
que o usuário tenha ou não os devidos direitos, "até
que o seu jurídico diga ao contrário" (lhes foi apresentada a lei
através de site específico), uma vez que depois de grande entrevero
resolveram ir embora sem cortar o fornecimento (mas com a pulga atrás da orelha e desconfiados se o decreto era ou não fake news, outro problema criado no País com ou sem coronavírus). Aliás, direitos que nem a
boa intenção do governador do Rio faz prevalecer.
A doença mata, sim. É um perigo iminente, sim. Mas seria bom para nós,
eleitores, contribuintes, usuários, enfim, cidadãos, que os poderes se
entendessem bem, e logo, - enquanto há tempo - para que todos sobrevivam
ao Covid-19 e ao caos que vem sendo instalado
porque o presidente, reciprocamente, não respeita o governador, que não
respeita o presidente, que não respeita o prefeito, que não respeita
ninguém. Tampouco, são respeitados. Nem amava as concessionárias, nem
ninguém, fraseando a música de Chico Buarque, Flor da Idade.