terça-feira, 9 de março de 2021

PARA DEPOIS

A decisão do ministro do STF, Edson Fachin, teoricamente, recolocando o ex-presidente Lula na corrida ao Planalto, ano que vem, não pode deixar que a maior crise sanitária de todos os tempos fique relegada a planos secundários. Vivemos um momento dramático causado pela pandemia e por ações desastradas de um governo que não soube - e não sabe - enfrentá-la e a consequência são recordes diários de mortes, no número de infectados, estatísticas macabras e ridículas de vacinas, pavor do mundo pela "marca" Brasil, mais fome, desemprego e falta de qualquer perspectiva otimista - por mais otimistas que queiramos ser, e ainda tem fanáticos que consideram a disputa presidencial antecipada como a coisa mais importante pra se pensar. Se fossemos um país, minimamente, sério (e não somos), não alimentaríamos uma cadeia de fake news, informações desencontradas, teorias jurídicas e outros assuntos que poderiam ser mais e melhor abordados num momento apropriado. Se fôssemos um país sério (algo improvável a curto prazo), não estaríamos perdendo precioso tempo com o que acontecerá, em 2022, em termos político-eleitorais. Se fôssemos um país sério (longe disso), de gente, totalmente, preocupada em proteger a si e ao próximo, através de medidas sanitárias permanentes e efetivas, não teríamos mais de 260 mil mortos pela Covid-19. Finalmente, se fôssemos um país sério, de verdade, nem daríamos tanta projeção a dois elementos que tanto mal causaram e vêm causando a milhões e milhões de pessoas, como Jair Messias Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva. Nem voto.