sábado, 19 de março de 2022

FLECHADA NO PEITO

Talvez por causa do complexo de inferioridade, da frustração, dos atos de covardia - como, por exemplo, o terrorismo praticado no dia 19 de abril de 1988 quando planejou explodir quartéis e adutora no RJ - e pela incapacidade de chegar ao generalato, já que foi igualmente incapaz de receber medalhas do Exército do bravo Duque de Caxias, o capitão e atual presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, desandou a ser "condecorado" por instituições e membros do governo, provavelmente, obrigados a colocar medalhas em seu peito. Assistir eventos como o da última sexta-feira (18), onde ele recebeu a medalha do Mérito Indigenista, mostra o quão ridículo e inapropriado estão os valores éticos e morais brasileiros, além da completa falta de justiça, como neste caso, pois agraciar alguém que, ao contrário de não ter dado nenhuma contribuição à causa indígena, ainda prejudicou e prejudica a etnia que habita o país desde milênios antes do início da colonização, mostra a quase perda de nosso poder de indignação. E de reação. Cenas e falas, onde Bolsonaro de cocar na cabeça e sarcasmo nos lábios diz que os índios têm de se sentir iguais, só ajudam a nos ridicularizar, ainda mais, perante um mundo que enxerga nele alguém desequilibrado, genocida e que nunca fez nada relevante por brasileiros genuínos como os irmãos indígenas. Nem por ninguém.