terça-feira, 17 de maio de 2022

DÁ TRABALHO DE FAZER

Dizer que Bolsonaro não faz nada é uma grande injustiça. Um equívoco não reconhecer seus muitos "feitos", como a duríssima campanha eleitoral - desde que assumiu há cerca de três anos e meio -, incluindo motociatas, carreatas, lanchaciatas, vociferar a formandos das Forças Armadas e conversas, quase diárias, com aquela gente, aquele gado reunido no chiqueirinho próximo ao "Palhaço do Planalto". Não se pode negar, também, as longas viagens - sem muita serventia para o país, é verdade -, saídas a botecos e similares (é duro comer e beber aquelas iguarias só pra fingir popularidade), fazer tanta boiada passar, bater recorde no uso do cartão corporativo - muitas vezes, convertido em dinheiro - e gastar um salário que teve reajuste de 69% no ano passado. Dá muito trabalho, mesmo, trocar ministros com frequência, negar a Ciência e, com isso, contribuir com a morte de 660 mil brasileiros, proteger Orcrim's, agredir a Imprensa, tornar o Brasil pária e, principalmente, manter o Congresso Nacional, de Artur Lira, sob controle, alugando deputados e senadores do "big center" através de emendas e outras benesses. Com tanto esforço desprendido, Bolsonaro jamais pode ser acusado de ser um mandrião, um presidente preguiçoso e sem ideais. Por tudo que vem fazendo, em janeiro do ano que vem, Bolsonaro passará à história como aquele que mais produziu: para si, para a família, para os aliados e para que o povo brasileiro ficasse mais pobre. E isso dá muito trabalho.