sexta-feira, 3 de junho de 2022

SAMBA DO CRIOULO DOIDO

As campanhas eleitorais, ao contrário do que determina o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), começam no dia seguinte às posses de prefeitos, governadores e presidente da República. Isto se deve, basicamente, a três motivos. Aliás, todos próximos à excrescência, à imoralidade e, na maioria das vezes, produzidos às escâncaras. O primeiro foi o direito à reeleição para cargos executivos, surgido, em 1997, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), inovação aprovada em meio a vários escândalos, inclusive, compra de votos de deputados para a aprovação da emenda (R$200 mil pra cada, uma "ninharia" nos dias atuais) e que vem permitindo - e provocando - uma corrida desenfreada para multiplicar por dois o mandato de quatro anos. E aí, vale-tudo pois vê-se instalado, nas estruturas de governos, e fora delas, o autêntico samba do crioulo doido (nada de ideologia partidária, pragmatismo, respeito ao cidadão, etc.). A mais autêntica "Flor da Idade", de Chico Buarque..."Carlos amava Dora, que amava Lia que amava Léa que ama Paulo... que amava toda quadrilha". Segundo é que, principalmente, durante a era Bolsonaro, as instituições têm sido escancarada, fragorosa e flagrantemente, desrespeitadas. Se o presidente, chefe máximo da Nação, ao invés de trabalhar, faz campanha política todos os dias, pratica o toma lá, dá cá, incentiva a morte de milhares de brasileiros pela Covid, aplaude o assassinato de "genivaldos" por câmaras de gás e pelo chumbo grosso que sai das armas, promove a volta da inflação, militariza o governo, mente, caçoa e xinga representantes de poderes, entre eles, o Judiciário e a Imprensa, e nada acontece, por quê se deveria respeitá-las? Finalmente, e um motivo não menos importante, é que a maioria dos políticos se acha acima de tudo e de todos. Nem em Deus acredita.