domingo, 7 de agosto de 2022

RACHA NO COMPADRIO

Pra não fugir à regra, mais um grande escândalo de corrupção surge no cenário político-eleitoral do Estado do Rio de Janeiro. Desta vez, o centro de falcatruas e do enorme toma lá, dá cá, envolvendo agentes públicos na farra de cargos secretos, rachadinhas e toda sorte - para azar nosso - de compadrio entre o Estado, Assembleia Legislativa (Alerj) e diversos municípios (prefeituras e câmaras pelos mesmos interesses) é a Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro (Ceperj). Com aquela cara de pau, peculiar aos homens públicos quando em perigo, falas tentando se mostrar seguro, apesar de "surpreso" e, principalmente, tomando atitudes somente após as Casas caírem, o governador Cláudio Castro - que é aliado do presidente Bolsonaro e candidato à reeleição, ambos pelo Partido Liberal (PL) - cancelou pagamentos, instaurou comissão coordenada pela Casa Civil, propôs um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) e substituiu o presidente da Fundação, tudo para "apurar com rigor e energia possíveis fragilidades", conforme publicou em suas redes sociais. Resta saber se haverá tempo hábil e vontade política, de verdade, para corrigir tantos desvios praticados por tanta gente graúda ou se não é mais um oba-oba. E se, a menos de dois meses do pleito, serão suficientes (o tempo, a habilidade, a vontade, o oba-oba e os desvios) para dar vitória a Castro e seu grupo. Graúdo, esperto e, pelo que tudo indica, criminoso.