segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

CURIOSIDADES ELEITORAIS


As campanhas eleitorais no Brasil estão entre as mais caras do mundo. Tal realidade, reveladora do extraordinário poder do dinheiro na definição da representação política, se reafirma como uma tendência que se avoluma a cada pleito. Toda eleição é mais cara do que a sua congênere anterior. Com isso, a conquista de mandatos e a formação do poder político, que pela Constituição deveria emanar do povo e em seu nome ser exercido, cada vez mais se realiza sob a batuta dos donos do dinheiro. O volume totalizado dos gastos na eleição de outubro último continua indisponível para o cidadão comum, inclusive nas páginas da justiça eleitoral. A mídia de massa, a televisão principalmente, não se ocupa deste tipo de informação. Mas alguns quadrinhos publicados em páginas secundárias dos jornais permitem afirmar que “nunca houve na historia do Brasil” eleição municipal mais cara. O valor total gasto pelos eleitos nas 26 capitais, por exemplo, cresceu 70% em relação a 2004. Foram R$ 115,8 milhões de gastos declarados, contra R$ 67,8 milhões, valores já corrigidos pela inflação do período, em 2004. Kassab, em São Paulo (R$ 29,7 milhões); Lacerda, em Belo Horizonte (R$ 17,5 milhões); Eduardo Paes, no Rio (R$ 11,4 milhões) foram as três campanhas mais caras. E por falar em preço, uma outra curiosidade reveladora: o segundo colocado nas urnas (a amostragem informal requer que cada qual verifique no seu município ocorrência semelhante) é também o segundo colocado em gastos.

Do artigo Democracia Tutelada, de Léo Lince