quarta-feira, 24 de junho de 2009

A MORTE DA DEMOCRACIA

Acabo de ler um e-mail enviado à Ouvidoria da Câmara que me deixou no mínimo estupefato. Nele, o remetente levanta a bandeira da volta da ditadura militar como ação moralizadora, uma vez que a democracia vem se tornando imoral por atos secretos e outros desvios de toda ordem cometidos pela classe política brasileira. Ele diz: "Cada dia me convenço mais que só um regime militar poderá recolocar a casa em ordem. Mas regime militar é retrocesso, dirão alguns. Que seja retrocesso político, mas para avançar...Em certas situações é preciso dar um passo atrás (isso é tática de guerrilha), mas no caso do Brasil não seria a última alternativa, senhores políticos??? Os senhores estão matando e enterrando a democracia". E continua: "Depois não venham com aquela conversa que o regime militar não serve, não presta. Não serve para os políticos que estão roubando desde que os militares lhe entregaram o poder. Que saudade do Gen. Castelo Branco. Ditadura???E nós merecemos outro sistema? Não sabemos eleger, não sabemos votar"...
Obviamente, não podemos concordar com as colocações uma vez que o regime militar, além de não impedir desvios de conduta e de verbas, ainda cometeu milhares de desvios de personalidade matando ou fazendo com que os que pensavam diferente desaparecessem. Por outro lado, temos de admitir que a morte da democracia provocada por quem é eleito para defendê-la é um fato muito grave. Talvez tenha chegado a hora de a sociedade voltar a se manifestar quanto a possibilidade de implantação de uma outra forma de governo. No parlamentarismo, por exemplo, atos secretos - ou não - como os que vêm sendo descobertos nos últimos meses causariam um estrago de sérias consequências.