terça-feira, 15 de setembro de 2009

O BRASIL MELHOROU?

Excelente artigo da jornalista Cláudia Trevisan, correspondente do Grupo Estado, no qual questiona se o Brasil melhorou de fato. Ela chama a atenção para os dramas cotidianos que continuam intactos: "a escandalosa desigualdade de renda, a pobreza gritante e a violência que paira sobre todos". - Sei que a renda aumentou e a desigualdade diminuiu, mas a distância que estamos de um patamar minimamente decente é tão grande que o país não poderia se dar ao luxo de não ter um sentido de urgência para enfrentar essas questões. O Brasil subiu impressionantes oito posições e foi apontado como uma das nações que devem sofrer menos com a crise atual, ao lado de China e Índia, que tiveram melhoras mais modestas no ranking, de apenas uma posição. Mesmo com o salto, o Brasil está em 56º lugar em um universo de 133 países pesquisados, atrás da China (29º) e da Índia (49º). Entre os BRICs, só a Rússia aparece em pior posição, 63ª. Mas o que chama atenção na performance brasileira são os setores onde o país NÃO melhorou ou avançou muito pouco: educação primária, saúde e segurança, essenciais para mudar a maneira como a população experimenta sua vida cotidiana. Todas são áreas básicas, sem as quais o Brasil não poderá ir muito longe, por mais sofisticado que seja seu sistema financeiro e seu mercado de capitais. No quesito saúde e educação primária, o Brasil permaneceu na mesma posição em que estava no ano passado, a 79ª em um universo de 133, atrás de países como México (65), Malásia (34), Tailândia (61) e Colômbia (72). Entre os BRICs, o Brasil está atrás da China (45) e da Rússia (51), ganhando apenas da Índia (101). O país aparece em 93º lugar no item segurança, dentro do qual o “crime organizado” nos coloca em 111º".
Engraçado é a mania que a maioria dos governantes brasileiros tem quando divulgam seus resultados, considerando "suas maravilhosas realizações", geralmente muito aquém das verdadeiras reivindicações populares cujas maiores aliadas são as peças publicitárias e/ou a política de distribuição de benefícios e a prática do clientelismo.