quarta-feira, 21 de outubro de 2015

SOS BRASIL

Por mais que os otimistas mostrem disposição para encarar as coisas pelo seu lado positivo e esperar sempre por um desfecho favorável, mesmo em situações muito difíceis, como agora, a verdade é que o país está estagnado. Confiança, esperança e, se bobear, até a fé por dias melhores, desapareceram do vocabulário nacional e dos templos onde a reza costumava ser forte. Isto porque vive-se uma economia agonizante e, aí, a política - espécie de irmã gêmea - não se sustenta, não se desenvolve, não se entende para mudar o panorama. Pelo contrário, parece vir apostando no quanto pior, melhor, haja vista as sucessivas descobertas da Justiça e da Imprensa. E como, nela, na política, atividade de práxis humana, estamos todos enfiados até o pescoço, a expectativa fica por conta de renúncias, impeachments, mensalões, petrolões, CPIs, demissões de ministros, reformas administrativas pra inglês ver e coisas assim. Mas por que chegamos a este ponto, se temos, aparentemente, uma democracia consolidada e somos considerados a sétima economia do planeta (prestes a cair pra nona), capazes de manter políticas públicas sociais até certo ponto vitoriosas e ser incluídos no rol de países emergentes, o  BRICS? A resposta, curta e grossa, é que a casa caiu ao se descobrir que o projeto maior do Partido dos Trabalhadores era - e ainda é - se manter no poder o maior tempo possível,  passando a investir quase tudo na corrupção, na roubalheira praticada por um governo que, principalmente, nos últimos tempos, conseguiu causar, sim, a ruptura das instituições deixou o país com desemprego elevado, desmotivação, falta de credibilidade, carga tributária maior - se é possível -  e nenhum comprometimento, exceção à conta das pedaladas e da obrigação de corrigir as irregularidades apontadas pelo TCU, bem como saciar a fome de grande parte do Congresso Nacional ávido por recuperar perdas. Suas, no caso. Sendo assim, os economistas dizem (e não é preciso ser muito entendido) que estamos aprofundando a recessão já que, apesar da demanda fraquíssima, o governo teima em permitir 'esquemas', elevar seguidamente os juros em nível escandaloso, juros estes que custam centenas de bilhões de reais a mais, por ano, aos cofres públicos, aumentar impostos mesmo sabendo que os ajustes fiscais que dão certo são os que cortam despesas correntes, empurrar goela abaixo a criação ou volta de algo como a CPMF (ou a própria) e manter o ministro Joaquim Levy à frente da agonia maior de um país empobrecido moral e politicamente e cujo resultado pode ser sentido pelas famílias, preparadas quase para uma economia de guerra, lutando por seus empregos e, para levar à mesa, o mínimo para sobrevivência. Aliás, os brasileiros vivem entrincheirados há muito tempo, sempre à mercê de seus maiores inimigos, no caso grande parte dos políticos, seus partidos e parceiros inescrupulosos e uma presidente que, enlouquecida como aquele general derrotado que não admite a rendição, ainda tem a ousadia de dizer que 'em seu governo não tem esquema de corrupção'. Mas o que fazer se o incêndio no edifício Brasil avança, ninguém tem a iniciativa de chamar os bombeiros, pior, ainda tem gente querendo jogar mais gasolina? A resposta é obvia: é preciso se retomar o crescimento, combater a recessão, estimulando os empregos, investimentos e apostando em seu enorme mercado interno, baixando taxas de juros. Urgente. E, claro, que a Justiça continue sendo implacável com a corrupção, pois este é o estímulo maior para que o país volte a ser gigante pela própria natureza. Afinal, os brasileiros são maiores do que tudo isto.