quarta-feira, 1 de novembro de 2017

PANORAMA

BLACK FRIDAY

Este ano, na próxima 4a. sexta-feira de novembro, logo após o feriado de Ação de Graças (Thanksgiving), quando acontece a Black Friday americana, já estarei bem longe no Brasil. Não que despreze uma boa 'pechincha' - e nada pode ser mais tentador neste dia -, nem de grandes ações promocionais assim, que tragam novidades com preços excelentes, mas é que, além de contrair mais dívidas, estourar todos os limites (as famosas 'encomendinhas'), tem a questão da Receita Federal que costuma dar uma geral na brasileirada quando do retorno, principalmente, da terra do Tio Sam. Aí, já viu, mais estresse e novos gastos se ultrapassar a cota de U$500 e precisar pagar o imposto de importação, que é calculado a partir do valor excedente.

OLHO GRANDE

Diz o ditado que "quem tem olho grande não entra na China". Nem no Brasil. Mas isto só para quem costuma viajar para o exterior e extrapolar a cota dos quinhentos dólares americanos com "lembrancinhas, presentinhos para toda a família e alguns poucos eletrônicos". Em tempos e feriadões, fim de ano e férias escolares, é bom não se esquecer de nossas leis que estabelecem vários critérios para quem viaja. O que pode ou não entrar no Brasil sem pagar multas e/ou impostos. Para que não haja surpresas e você não se deixe influenciar por experts em viagens internacionais, tampouco, aqueles curiosos do ouvi falar(outro dia no Brasil escutei alguém falando que "minha amiga trouxe 10 iPhones, fora da caixa"!), converse com quem tem experiência ou, melhor ainda, consulte os sites oficiais da Receita Federal sobre o tema que tratam bem do assunto.

TERRA BRASILIS


Toda vez que venho pros EUA sinto, sem falsa modéstia, o quanto o Brasil é bonito e seu povo admirável (tirando a acomodação e a corrupção que os impedem de crescer mais). Não que o país deles não seja igualmente repleto de riquezas como o nosso, mas no aspecto comportamental - e até sentimental - a maioria dos americanos é tão fria quanto as noites de Nova Iorque durante o inverno. Mesmo sendo bem tratado por aqui, em todas as oportunidades que tenho para reencontrar "brazucas e ianques", não consigo ver a alegria estampada em seus rostos cuja expressão me parece sempre de apreensão, expectativa ou algo assim que os impede de descontrair jogando conversa fora, contando piada, bebendo, rindo alto, até falando de política (como vem acontecendo em cada cantinho do território brasileiro), enfim, sendo feliz mesmo quando a coisa não vai tão bem. Mas isto não é exclusivo deles, pois em todos os países que já visitei (e foram muitos) a alegria, o falar alto (tirando italianos e árabes, claro), o poder de persuasão, o chope, as paqueras e tudo mais só se vê no Brasil mesmo. Principalmente, no Rio e na Niterói de todos nós.


DEU NÃO

Não precisaria ser expert para prever que a grande maioria dos eleitores de Niterói iria dizer NÃO no plebiscito de domingo, em Niterói, sobre o armamento da guarda municipal. Foram 13.478 votos contra 5,478 para o SIM, além de 25 que votaram nulo e oito em branco (o voto era facultativo, como deveria ser SEMPRE em qualquer escolha democrática) e, a despeito do que pensa e quer (ia) o governo, a população entendeu que mais gente com armas letais não significa diminuição da violência e que o problema não está em portá-las e sim na forma como vão ser usadas. E por quem. Considero que aqueles profissionais portarem armas em ruas, parques, jardins e escolas, apesar do treinamento e do apoio psicológico prometidos, está além daquilo que se prontificaram a fazer quando do concurso prestado e poderia haver um não entendimento legal, bem como recusa durante confrontos contra quem está mais disposto e até preparado (os criminosos que não têm nada a perder). Seria a velha história do 'não sou pago pra isso, não vou fazer aquilo e outras frases ditas toda vez que se levanta o assunto e, muito provavelmente, aconteceria durante os confrontos. Sendo assim, se alguém quis fazer graça, ganhar algum dividendo, a população de Niterói não achou graça nenhuma, uma vez que segurança pública é assunto pra quem entende, quer e sabe fazer. O que não é o caso da guarda que deve continuar exercendo o papel de relevante apoio, aliás, o que costuma fazer muito bem. Se a prefeitura quer colaborar ainda mais, que reforce o Proeis disponibilizando novos recursos para que policiais militares, de folga, possam atuar no município e adquira novas armas não letais para serem usadas pelos guardas municipais, Isto, claro, até o dia em que os políticos tiverem vergonha na cara e coragem de mudar as leis que coloquem, por exemplo, quem comete crimes hediondos atrás das grades. Para sempre.

PODRES PODERES

Aquele tal de Carlos Marun (PMDB-MS), deputado da tropa de choque de Temer na Câmara, certamente, bem pago através das benesses concedidas pelo governo e, possivelmente, por outro dos poderes de convencimento, dias destes me fez lembrar da Angela Guadagnin (PT-SP), outra engraçadinha que, anos atrás, após uma votação favorável a ela - claro, contra a maioria da população -,  tripudiou em cima de colegas seus, fazendo dancinha e rindo às escâncaras, e que ficou queimada, tão queimada (a cena era mostrada o tempo todo em noticiários de TV) que nunca mais venceu uma eleição. Ou seja, dançou. A população que elegeu Marun deve estar com tanta vergonha pelo que fez e faz um de seus representantes (ele está como presidente da Comissão que trata da Deforma da Previdência) que, em outubro do ano que vem, deve dar o troco porque não é para dançar e se vender que ele está lá. Nem ele, nem os outros 512 deputados e 81 senadores que atuam no Congresso Nacional.


BRASIL A SALVO

E por falar em métodos para tirar MAIS dinheiro da população, deixando de fora sonegadores e corruptos, por exemplo, como pretendem fazer Temer e seus cúmplices, os reais súditos de sempre, como Moreira, Eliseu, Meirelles e Geddel e Cunha (presos e atuantes), o governo, entre outras medidas, acaba de editar o aumento da contribuição de servidores públicos federais (altera de 11 para 14% parte da contribuição previdenciária de quem tem salário acima do limite máximo estabelecido para os benefícios da previdência social, que é de R$ R$ 5,5 mil) e aumento da tarifa referente a luz (Aneel vai reavaliar sistema de cobrança extra na conta de luz). Mas se engana que o governo vai parar por aí em se tratando do pacote de maldades contra a maioria da população, deixando de fora grandes empresários, agricultores e afins, estes sempre beneficiados de alguma forma através do perdão de dívidas. E, também, coisas afins. As reformas pretendidas para 'salvar o Brasil' estão a todo vapor, sendo que a trabalhista foi aprovada e a previdenciária está em vias de. Isto se não acontecerem novas 'traições' de vários aliados do tal do centrão', debandadas como a dos tucanos -prometidas para breve - e o interesse maior dos deputados e senadores que é o pleito de 2018.


Frase da semana:
Pai Gilmar continua soltando o bandido amado em um dia.
(sobre a nova investida do ministro Gilmar Mendes que mantém Sérgio Cabral preso no Rio)