O governo, principalmente, através de seus ministros trapalhões, o tal
Marum "Maluco", Eliseu Padilha, também conhecido como "Primo" e Moreira
Franco, o "Angorá", segundo delatores da Lava Jato, vem afirmando que
chegou ao limite e não tem condições
de ceder mais aos caminhoneiros ou qualquer outra categoria: ”Fizemos
um brutal esforço para acabar com esse movimento que está trazendo
prejuízos. Fomos no limite do que poderíamos ir [em termos
orçamentários] para normalizar o movimento”, foram algumas das frases
mais proferidas por eles ao longo da dura semana enfrentada por todos os
brasileiros. Outro que também surgiu das cinzas do governo mais
queimado de todos os tempos - leia-se Michel Temer - foi o ministro da
Fazenda, Eduardo Guardia, cujos cálculos apontam para um custo de R$ 9,5
bilhões provocado pela redução no preço do óleo diesel acordada
entre o governo e representantes dos caminhoneiros. Pelas contas da
equipe econômica, R$ 3,8 bilhões virão de
cortes ainda não especificados no orçamento. Os R$ 5,7 bilhões restantes
virão, de acordo com Guardia, da reoneração da folha de pagamento e
outras medidas não antecipadas por ele. Mas como não há bem que sempre
dure, nem mal que nunca se acabe (provérbio português), tampouco, nada é
tão ruim que não possa piorar (frase predileta de caminhões nestes
tempos bicudos), o ministro admitiu que há possibilidade de aumentar
tributos para compensar o subsídio que será dado aos caminhoneiros.
"Será compensado com outros tributos. Pode criar impostos, mas há
restrições legais. Majoração de impostos, eliminação de benefícios
existentes. Através de lei ou decretos", afirmou. É óbvio que o Tesouro -
mantido por nós - tenha que arcar com mais esta falta de
previsibilidade do governo, uma vez que pra toda irresponsabilidade sua,
como sempre, tem de haver alguém para pagar a conta. No caso, nós, os
contribuintes (impostos) da mais alta carga tributária do planeta. Mas
as principais perguntas que todos se fazem são: quando é que os
políticos vão cortar na própria carne para aliviar um pouquinho o
tamanho do rombo provocado por eles próprios e que nos levam a arcar com
todos estes prejuízos (mordomias como milhares de assessores,
supersalários, cartões corporativos, planos de saúde vitalícios, fundo
partidário, voos em aviões da FAB, etc.) ? Quando que esta
cambada vai trabalhar para diminuir a corrupção instalada quer todos
veem e nada querem fazer? Quando vão ter a coragem de diminuir o número
de deputados, senadores e, até, de vereadores? Quando que os
'representantes do povo' vão
legislar em prol do povo, procurando criar ou aprimorar leis que
signifiquem redução de preços de diesel e tudo mais? Quando que os
vagabundos do Congresso Nacional (quase todos os 513 deputados e 81
senadores que só aparecem quando interessa) vão ter coragem de combater a
sonegação, a prática abusiva, o
comércio ilegal e tantos outros problemas que levam - e continuarão
levando - o País ao caos? Por fim, quando aprenderemos a repudiar, de
verdade, esta gente nas urnas? Quando aprenderemos a ir pra rua lutar
pela redução dos preços, dos impostos e exigir mais comida, empregos e
serviços
públicos de qualidade? Quando iremos parar de pensar só em carnaval, futebol, copa do mundo, festas juninas, julinas, nos feriados prolongados e na cervejinha (a do fim de semana e a do guarda)? Quando?