quinta-feira, 24 de maio de 2018

PONTO MORTO

Segunda-feira, (21), ao passar pela BR-101, por volta das 5 da manhã, deu pra ver o que vinha por aí, e nos próximos meses, em termos de repúdio ao governo e às políticas econômicas implementadas a partir de vários reajustes de preços. Durante boa parte do percurso (viajava de Niterói para Quissamã), vi que algumas categorias já estavam se mobilizando para reivindicar seus direitos -  muitos, aliás, num país injusto, corrupto e que costuma jogar a conta, sempre, nas costas de quem produz - e os caminhoneiros são um dos segmentos mais expressivos, uma vez que o transporte de cargas por aqui representa ( me corrijam se estiver errado) quase 80% da produção nacional e o (des) governo Temer tem deixado tudo que lhe interessa "correr frouxo", como o aumento dos combustíveis e, neste particular, do óleo diesel, vital para quem trafega por estas nossas estradas perigosas, cansativas, caras e desproporcionais pelos preços praticados e os serviços oferecidos. Naquele hora da madrugada, via-se caminhões e centenas e centenas de brasileiros, que trabalham duro, de sol a sol, muitas vezes dia após dia, fazendo o que a maioria do país teria de fazer, isto é, cruzando os braços de maneira pacífica, sem prejudicar ninguém, mas mostrando sua contrariedade a um sistema perverso, acostumado a fazer o que quer, a hora que quer, mandando a conta por tanta corrupção e injustiças para quem produz, seja nas estradas, seja fora delas. Tomara que a paralisação, que vem ganhando força e um número cada vez maior de adeptos - apesar dos muitos prejuízos, necessários quando se tem objetivos tão nobres (os 'caras' só querem ter o direito de trabalhar dignamente) represente a volta daqueles movimentos populares que abalaram os alicerces da República,  propiciando olhares mais atentos da Justiça com consequências imediatas, o início da grande faxina nacional, na política e em boa parte de outros setores - como os empresariais acostumados à prática do 'é dando que se recebe' - e, claro, faça com que o governo, mesmo ao apagar das luzes e sendo ele impopular, corrupto, perdulário, ineficiente, ineficaz e, agora, inconsequente, reflita sobre mais este grande problema causado pela falta de sensibilidade em saber que quando se para de transportar os produtos pelas estradas, o comércio para, os veículos param, o País, praticamente, todo para. Sendo assim, Temer, Padilha, Moreira e demais membros do governo mais impopular, corrupto, perdulário, ineficiente, ineficaz e inconsequente de todos os tempos, façam o que vocês não fizeram nestes dois anos desde que saíram dos bueiros, ops, dos bastidores e do papel de coadjuvante do PT (se é que o PMDB/MDB algum dia o foi), mexam-se, parem de só pensar na politicagem e em seus próprios interesses e tirem os traseiros das cadeiras para acabar com o protesto pela alta do diesel e mais este caos provocado por serem tão impopulares, corruptos, perdulários, ineficientes, ineficazes, inconsequentes. E parados.