A insatisfação popular pela "velha" maneira de se fazer política, - que
inclui uma corrupção incontrolável nas instituições, - e pelos que
"habitavam", principalmente, os palácios e gabinetes do "velhaco"
Congresso Nacional, foi capaz de provocar o surgimento de outsiders,
algo salutar para todos e para o processo de mudança em si que revela
desejos conscientes - até inconscientes - por se mexer sempre que as
coisas atingem pontos e níveis insustentáveis (os quais estamos
vivenciando). As eleições do último dia sete revelaram, com os quase 47%
para Bolsonaro (contra os 29% de Haddad) e o recorde com a renovação de
cerca de 50% na Câmara e mais de 60% no Senado, o início de uma grande
conquista e um alerta para aqueles que pensavam que a população não está
nem aí, não gosta de política e outras pechas que atribuíam a ela numa
tentativa malandra, ordinária (no sentido dos muitos recursos que
gastam) e, agora, vã de continuarem comprando votos e se perpetuarem no
poder. É evidente que ainda está muito aquém do necessário pois, pelo
que fizeram e deverá fazer a maioria dos 513 deputados federais e 81
senadores ( dentre as muitas aberrações daquela Casa, no Senado são três
por Estado e os 27 que entraram em 2014 continuarão por lá produzindo
pouco ou quase nada pelo menos durante os próximos quatro anos), o
Brasil só conseguirá eliminar, na pior das hipóteses, diminuir bastante,
a roubalheira e mordomia dessa gente quando mudar, radical e
preferencialmente, a Lei Eleitoral. E, claro, o Código Penal onde caiba,
por exemplo, rigor nas punições e prisões de verdade para políticos, de
qualquer natureza, espécie ou esfera (do vereador neófito ao presidente
que entre aclamado nos braços do povo) que desviem recursos públicos,
não cumpram promessas e colaborem para que municípios, Estados e o País
não sejam de todos. De verdade. A população tem feito a sua parte mas
espera-se que, vença quem vencer a disputa pela presidência e pelos
estados onde haja o segundo turno (13 e mais o DF), haja uma
conscientização plena, inclusive, por parte daqueles que se acostumaram a
dizer que " tudo farão pelo seu povo" de que o Brasil não os quer mais
mentindo, prometendo o impossível, governando e legislando em prol dos
interesses particulares, priorizando partidos, parentes e amigos, enfim,
roubando sonhos, méritos, direitos, garantias, conquistas. E dinheiro
público.