sábado, 5 de dezembro de 2020

VISÃO POLÍTICA

OBITUÁRIO

No último dia 15, primeiro turno das eleições municipais, três "coisas doentes" se internaram: o Partido dos Trabalhadores (PT), de Lula e outros "bravos companheiros" que ainda acreditavam numa possível ressurreição; o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido), que tentava mostrar alguma força política e munição para travar um combate contra uma velha política da qual ele e seu grupo de extremistas nunca deixaram de fazer parte e, finalmente, o próprio processo eleitoral que demonstra ser um erro o voto facultativo. Mas, aí, veio o dia 29 ( segundo turno), e o inevitável aconteceu. Morreram todos. Ou quase.

ENTRE A CRUZ E A CALDEIRINHA

O PT, que até pouco tempo ditava todas as regras, inclusive da corrupção, teve o pior desempenho desde sua criação em 1980. Pra se ter uma pequena ideia, das 14 disputas neste segundo turno, venceu em apenas quatro cidades médias. Bolsonaro também viu o barco com seus aliados naufragar. Dos 13 candidatos a prefeito apoiados (ou não) por ele, inclusive, em suas pavorosas lives semanais, 11 perderam. Como o pai da mentira, Marcello Crivella, que conseguiu a proeza de ser batido por Dudu Paes, a madrasta. Aliás, os autênticos representantes do sepulcro caiado. 

PROCURANDO A SALVAÇÃO

E por falar em lobos em pele de cordeiro, o governador Wilson Witzel ( PSC) acaba de ser 'batizado' numa igreja evangélica. Ele agora faz parte do grupo de ex-governadores (tudo indica que o impeachment vem, nem que seja a cavalo) que tentam enganar a Deus e os pobres (in) fiéis, como Garotinho e Rosinha e se jogaram "de cabeça" nos rios, lagos, lagoas e até nas bacias de algum templo. Como Witzel, que também pode estar querendo conquistar apoio de deputados para quando os processos de corrupção forem analisados e julgados na Alerj.

RECORDE

O quadro de eleitores, supostamente, desanimados com a política e seus atores, alcançou uma média de 35% nos dois turnos que não escolheram prefeitos e vereadores em suas cidades. Um recorde e um alerta de que o processo todo está, no mínimo, equivocado. E que ninguém aguenta mais tanta roubalheira, tantos ladrões e tantos gastos, na maioria desnecessários. 

PÁ DE CAL

Mas pra não dizer que tudo são Flores, os três moribundos vão continuar "vivos", tentando se salvar, ou seja, convencer pessoas que o voto é sagrado e um ato cívico, milagres acontecem e até 2022 tem muito chão. Uma eternidade, dizem. No caso de Bolsonaro, "a grave crise pela qual passa o Brasil será superada e a reeleição é pule de 10" ; quanto ao PT, " os poucos soldados" ( já que os caciques estão presos ou mais enrolados que chiclete em boca de gato) "têm dois anos para enganar os outros", ops, "convencer o eleitorado de sua qualidade e inocência e voltar ao poder". Já no caso da obrigatoriedade do sufrágio, apesar dos últimos resultados das urnas, com seus milhões de votos nulos, brancos e abstenções, continuará imperando por mais um tempo, bem como os currais eleitorais, protegidos pelo Congresso Nacional, bem como as fraudes que alguns dizem acontecer Brasil afora. Pelo menos, até que os zumbis recebam a derradeira pá de cal.


À DERIVA


Pela primeira vez na história, o Brasil realizou eleições enfrentando uma pandemia que já levou mais de 174 mil vidas de brasileiros de todas as matizes. Não apenas de "tostadinhas" e "homens de cor", como dizem o presidente e o vice-presidente do Brasil referindo-se a negros, tampouco, idosos cheios de comorbidades, que muitos consideram bolas da vez numa Escolha de Sofia. Ou, ainda, maricas que não sabem se defender de uma simples gripezinha. Para o governo federal, leia-se Ministério da Saúde, está tudo bem. Idem para o super-ministro Paulo Guedes. Para o TSE, o resultado foi bom mesmo com o recorde de votos inúteis e inválidos. Mas a verdade é que os problemas graves não têm sido enfrentados como deveriam e estamos, sim, numa enrascada sem tamanho. Sendo assim, somente a Constituição poderia nos salvar. O que com o Centrão de Alcolumbre, Rodrigo Maia e as atitudes do presidente e da maioria do STF, por exemplo, dificilmente, ocorrerá.