terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

MARCHA SOLDADO

Antigamente, pelo visto, muito antigamente, o sonho de muitos garotos (as escolas militares não eram mistas ainda), e de suas famílias, de seguir carreira no Exército - se baseava, fundamentalmente, no excelente ensino, na ordem, na hierarquia e pelo futuro promissor que era assegurado a quem se tornava um oficial. Muitas eram as qualidades em qualquer uma das instituições como, por exemplo, a Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), uma vez que o caminho percorrido, seja na educação em toda sua plenitude, seja na postura profissional e no regime adotado de defender a Pátria, levava à retidão quanto aos princípios, ao caráter, à moral, à ética, etc. Passadas algumas décadas, pelo menos umas trinta, vê-se que o sonho de muitos daqueles meninos tem se tornado pesadelo quando assistimos uma militarização equivocada na política nacional e oportunistas, com ou sem estrelas, se aproveitando até de momentos de profunda dor para desviar dinheiro público. Como ficou provado, recentemente, durante a CPI da Covid-19, onde militares, da ativa ou da reserva, foram pegos "com a mão na botija". Isto sem falar nos capitães que não sabem atirar, nos generais de intendência que sequer conhecem os estados brasileiros, nos Quatro-Estrelas que só sabem cantar o "se gritar pega ladrão" e uns tantos outros que conspiram contra a democracia e parecem viver para golpes. Dá vergonha ver esta gente (mesmo que minoria), que se aproveitou e se aproveita do caos provocado pela falta de gestão e do vale-tudo e toma lá, dá cá, fazê-lo de farda ou mesmo com um pijama que deveriam ser vestidos com a dignidade que as Forças Armadas representam e um dia impuseram àqueles aspirantes. E aos garotos sonhadores.