sexta-feira, 9 de setembro de 2022

SEQUESTRO DO BRASIL

Bolsonaro conseguiu fazer deste Sete de Setembro, quando o Brasil comemorava os duzentos anos da Independência, um festival de horrores e um sequestro de tudo que pertence aos brasileiros. Uma autêntica antiaula de processo independentista (fatos históricos, Dom Pedro I, crise do sistema colonial, ideias iluministas, etc.), democracia, liturgia do cargo e decoro. Além de um inédito desfile cívico-eleitoral - algo que nenhum presidente, candidato à reeleição, nunca fez -, suas falas e atitudes foram para o mesmo público que o acompanha no cercadinho. Só que muito maior, pois haviam fanáticos apoiadores misturados aos admiradores dos símbolos da Pátria, dos desfiles militares, das escolas, bandas, todos vestindo verde e amarelo para homenagear o grito "Independência ou Morte". Fanáticos estes que são os mesmos seguazes que o aplaudem quando, por exemplo, maltrata, principalmente, as mulheres, mente, humilha grupos LGBTQIA+, despreza os pobres e miseráveis, provoca e atiça os religiosos e as instituições de Estado e coloca uma inapropriada e indecente virilidade nos discursos que costuma vociferar sempre que pode. Ou seja, quando não está trabalhando. Ou seja, o tempo todo de uma campanha que dura há mais de quatro anos e ninguém aguenta mais.