O saudosismo bateu e nos levou a lembrar do tempo dos nossos pais e avós, quando se pretendia um futuro melhor em termos de educação e a qualificação profissional, o chamado curso técnico, eram uma das grandes possibilidades para que o filho (a) alçasse uma boa colocação no mercado de trabalho. Muitos foram aqueles que conseguiram êxito, mesmo estudando em escolas públicas e, ao fazer um profissionalizante, uma escola técnica ou até um daqueles cursos por correspondência (redes sociais, Internet, on line sequer existiam a não ser na cabeça de um Júlio Verne), se transformaram em empreendedores ou pessoas realizadas e com bom emprego, não, necessariamente, como advogados, médicos, arquitetos, engenheiros, dentistas, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas, fisioterapeutas, jornalistas (aí já é demais) - só para citar algumas - ou qualquer outra profissão. Da moda ou não. Público ou privado. Tudo ia relativamente bem, mas veio o tal do boom das universidades, o sonho de ser 'doutor' e a proliferação dos cursos, muitos levando do nada ao lugar nenhum, e aquilo que já apresentava algumas dificuldades em relação ao mercado de trabalho, pois a população crescia, desandou de vez. Hoje, tem-se um quadro caótico de milhões de pessoas, que gastaram milhões e ficaram enroladas com os empréstimos e programas do governo, trabalhando na informalidade, ocupando, muitas vezes, subempregos, vagas as quais não têm muito o perfil, etc. Para se ter ideia dos muitos problemas causados, o curso de Direito se transformou em uma espécie de pátria de bachareis enganados por algumas instituições preocupadas unicamente com o lucro ao ponto de o presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia, emitir nota nesta
segunda-feira (23) na qual critica as reiteradas autorizações do
Ministério da Educação (MEC) à abertura de cursos de Direito. Ele atesta que "ao autorizar a abertura de novos cursos de Direito sem
avaliar de forma pormenorizada a necessidade de instalação dos mesmos –
ou sem a realização de um chamamento público – o MEC atesta sua
permissividade e contribui com a continuidade do estelionato educacional
que vem sendo praticado no Brasil". É por aí... De maneira irresponsável, o
Ministério permite o funcionamento de instituições sem levar em
consideração a qualidade de ensino, a necessidade social e a estrutura
mínima para receber os prováveis discentes, tais como a capacidade do
mercado para recepcionar os alunos nas atividades de práticas jurídicas. A
troca de favores estabelecida ao longo das últimas décadas transformou o
Brasil em uma pátria de bacharéis - em todos os níveis - enganados por algumas instituições de
ensino preocupadas unicamente com o lucro. Não houve, de fato, controle
efetivo por parte do órgão responsável por fiscalizar a oferta de tais
vagas, nem tampouco se observou os pareceres da OAB e outros conselhos e sindicatos para verificar a idoneidade dos cursos e a capacidade dos formandos. Tais
atitudes fragilizam a boa formação dos alunos, o que resulta na
enxurrada de profissionais diplomados e muitos sem condições de
enfrentar a realidade de um mercado de trabalho competitivo ou mesmo de
habilitar-se ao exercício da profissão. Diante da crise do ensino
jurídico instalada no país, é urgente que o MEC adote uma política
pública de fiscalização dos cursos existentes e restrinja novas ofertas,
até que se realize um mapeamento com a adequação obrigatória daqueles
que não se enquadram nos padrões de excelência exigidos pela sociedade
brasileira. Isto pe o certo, Isto é o impossível e o improvável, pelo menos até que se tenha legisladores capazes de pensar no coletivo e não em seus próprios interessses olhando apenas para seus próprios umbigos. Tal qual fazem deputados, vereadores e toda aquela ralé corrupta e sem formação moral.