quinta-feira, 30 de outubro de 2008

O ANALFABETO POLÍTICO

Ao ver que o percentual de eleitores que se abstiveram de votar no segundo turno das eleições do Rio chegou a 20%, quase 1 milhão, logo me veio a cabeça a figura do analfabeto político de Bertold Brecht. Aquele que não ouve, não fala, não gosta e nem se interessa por política. De nada adiantam teses que refutam a influência do feriado antecipado pelo governador Cabral como uma dentre tantas outras responsáveis pela derrota de Gabeira. Ou pela vitória muito mais apertada ou até folgada de Eduardo Paes. E por falar em antecipações - próximas às eleições, claro - , finalmente surgiu um deputado com a feliz idéia de proibí-las através de projeto de lei. Antes tarde do que nunca. É indiscutível que a esticadinha do feriadão prejudicou o espírito maior da democracia e evidenciou a figura do analfabeto político. Posturas como estas podem influenciar, além da vitória de um mau político (que não é o caso de Paes, no qual deposito esperança de um bom governo), no preço dos alimentos, no crescimento da insegurança, da prostituição e das demais diferenças sociais, entre tantos outros problemas e, sem dúvida, deixar claro que o pior analfabeto é o analfabeto político. Para os que costumam agir e pensar assim ou não votar por causa de feriados, sugiro que não reclamem de nada e esperem os próximos feriados. Ou as próximas eleições, boa chance para a alfabetização.