quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Reeleição favorece o poder

Acostumado a defender seus pontos de vista com muita franqueza e propriedade, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Carlos Ayres Britto, vem afirmando que os candidatos à reeleição possuem mais possibilidades de vencerem as eleições. Segundo o ministro, é preciso aumentar o cuidado para que os prefeitos não usem a máquina do Estado a fim de obterem sucesso nos pleitos."Não há como negar que, num país que admite a reeleição para chefia do Executivo, há uma probabilidade, uma possibilidade maior ao candidato que postula a reeleição", disse Ayres Britto. De acordo com levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), 66% dos candidatos à reeleição conseguiram sucesso no primeiro turno. Das 20 capitais que o prefeito tentou um novo mandato, em apenas uma ele não obteve um novo mandato (este ficou mal mesmo). Nos últimos dois pleitos municipais, segundo o levantamento feito pela CNM, o percentual ficou em 58%. O estado que teve o maior número de reeleitos foi o Ceará, enquanto o Mato Grosso teve o menor número de reconduções. O partido que mais reelegeu foi o PMDB, seguido por PSDB, PP e PT. "Por isso que estudamos, para a próxima eleição, um aperfeiçoamento dos mecanismos legais, para assegurar a paridade de meios entre os contendores", adiantou o ministro.Com o encerramento do segundo turno, o percentual de reeleição deve chegar a 67%. Na eleição de domingo, outros cinco prefeitos garantiram a permanência no poder. São eles: Gilberto Kassab (DEM), em São Paulo, João Henrique (PMDB), em Salvador, Wilson Santos (PSDB), em Cuiabá, Dário Berger (PMDB), em Florianópolis e José Fogaça (PMDB), em Porto Alegre, isto sem falar daqueles que contaram com uma "ajudinha" das máquinas administrativas, como no caso do Rio com Eduardo Paes.