sexta-feira, 10 de outubro de 2008

TRÊS É DEMAIS

Não que eu tenha nada contra o PT (Partido dos Trabalhadores), um dia chamado de Partido da Boquinha, mas ler entrevista de Lula afirmando que vai fazer o sucessor em 2010 já é provocação e arrogância demais para o meu gosto. Mais ainda quando assegura que “há muitas possibilidades de que seja uma mulher”, como declarou ao jornal argentino El Clarín nesta quarta-feira. Também não tenho nada contra as mulheres, muito pelo contrário, as considero tão ou mais preparadas do que os homens para diversos cargos. O problema consiste em o presidente querer ser visionário antes da hora (desculpem a redundância) e fazer afirmações, tais como, “vamos estar com a economia em crescimento, uma renda per capita em ascensão, os trabalhadores melhorarão, os pobres serão menos pobres e isso é o que garante uma eleição.” Com o sério abalo na economia mundial e com o desgaste natural que a situação tende a ter no Brasil após dois mandatos, considero prematuras tais afirmações. Outro ponto destacado por Lula em recentes entrevistas tem sido quanto à possibilidade da atual chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff e a candidata à prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy serem as mais cotadas. Não é cedo demais para o PT fazer conjecturas? Pode o líder de uma nação atropelar ideais políticos de outros partidos, inclusive os da base de sustentação? Pode ele desconsiderar o papel da oposição como vem fazendo? Ah, me esqueci, alguns petistas mantêm esta tradição.