domingo, 13 de maio de 2012

BICHEIRO X SENADOR

A cada dia fico mais convencido que o N da bússola dos conselhos de ética do Congresso Nacional indica para o NÃO VAI DAR EM NADA NUNCA. É muito N para coisas tão simples, que deveriam fazer parte de sua verdadeira prerrogativa, isto é, apurar se houve crimes e falta de decoro de alguns de seus membros para, após o amplo direito de defesa, se condenados, perdessem o mandato e saissem, dali, algemados até um local onde cumpririam pena bem rigorosa. Simples assim. Mas, ao contrário, monta-se um espetáculo, duradouro e cansativo, faz-se requerimentos, convoca-se depoentes, arrola-se testemunhas tudo dentro da mais pura sintonia entre acusados e supostos acusadores, como fez o conselho, por exemplo, ao convocar o bicheiro Carlinhos Cachoeira para o dia 23 e o senador Demóstenes Torres, 28 de maio. Isto tudo para dar tempo de a defesa de um assistir ao depoimento do outro, se preparar melhor e esperar que surjam fatos novos. E ainda se blindar melhor pessoas que interessem ao sistema. Sistema esse onde corruptos e corruptores tenham a chance de se livrar das acusações e sair pela porta da frente de cabeça erguida. Se os parlamentares quisessem, de fato, seriedade durante as investigações e a verdade, só a verdade, os debates e as ilações, peças principais do cenário de um conselho de ética, deveriam ser transmitidos ao vivo e acontecer de maneira concomitante, se possível, com acareações e tudo mais que demonstrasse transparência do processo. Sem nenhum direito de permanecer calado.