terça-feira, 29 de maio de 2012

A ÉTICA DE DEMÓSTENES

Bem que tentei assistir as justificativas de Demóstenes Torres sobre o envolvimento com o megacontraventor Carlos Cachoeira, durante o Conselho de Ética do Senado desta terça-feira. Mas tive de procurar um outro canal onde estivesse passando um desenho mais animado ou filme interessante. Ouvir o ex-procurador, ex-promotor, ex-secretário de segurança e, pelo visto, ex-arauto da moralidade, ex-paladino da Justiça e, do jeito que seus 'colegas' dão como certa a cassação, ex-senador da República, pedindo para ser julgado pelo que fez e não pelo que disse que iria fazer e jurando que desconhecia as atividades de Cachoeira ( mesmo com as dúzias de provas, centenas de horas de gravação e de páginas com degravações feitas pela PF, as quais ele e a defesa chamam de ilegais) é muito para qualquer um com o mínimo de bom-senso. Durante a meia hora em que consegui suportar suas alegações, com a dissimulação característica da maioria dos políticos, em momento algum senti-me sensibilizado nem com a extensa folha curricular, o tempo de vida pública e a autobiografia que tentava mostrar o lado de pai de família. Nem mesmo a redescoberta de Deus, que o fez readquirir a fé, segundo as próprias palavras, foram suficientes para prender minha atenção. E, certamente, dos milhões de brasileiros - eleitores ou não - que o tinham em alta conta, conta essa que preferiu transformar para uso pessoal.